28 de mai. de 2010

Profecia da Restauração

Pedro disse ao povo judeu: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor, E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio.”


Pedro disse que todos os santos profetas falaram dos “tempos da restauração de tudo”. De fato, dês de Adão todos os profetas testificaram de Cristo (Jacó 4:4; Moisés 5:6-12). Também todos profetizaram de um tempo glorioso, onde a verdade não mais seria tirada da Terra, onde não mais haveria fome e sede da palavra (Amós 8:11-12), onde a apostasia não terminaria por dominar (D&C 1:4-5) e onde o triunfo de Cristo inauguraria uma época de paz e retidão (Regras de Fé 1:10), onde Satanás seria amarado e os justos seriam por colunas do Templo de Deus (Apocalipse 3:12).

Nas várias dispensações passadas os profetas ansiavam pela época em que vivemos. Joseph Smith declarou: “[Esta época] ardia no peito dos reis, profetas e homens justos há milhares de anos – cuja vinda inspirava suas notas mais doces e seus hinos mais exaltados fazendo com que irrompessem em elevados versos como os que estão registrados nas escrituras; e em breve teremos que exclamar na linguagem da inspiração: ‘O Senhor trouxe Sião outra vez; O Senhor redimiu seu povo, Israel’. (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja, Joseph Smith, pg. 151)”

Após séculos de escuridão espiritual e estagnação da mente humana, o Senhor começou sua obra assombrosa e maravilhosa (Isaías 29:14), cortando uma pedra do alto da montanha, sem o auxílio de mãos, que rolará e encherá toda a Terra (Daniel 2:34-45), destruindo todos os reinos do mundo iníquo e fazendo com que de Sião saia à lei e de Jerusalém a palavra do Senhor (Isaías 2:4; Moisés 7:59-64).

O Senhor disse que quando vemos ramos tenros e folhas novas sabemos que está próximo o verão. Igualmente, disse o Senhor, quando virdes os sinais de minha vinda, sabei que ela esta próxima (Mateus 24:32-33). O maior sinal da Segunda Vinda é a restauração do Evangelho, que inclui a fusão de todas as chaves, dispensações, dons e poderes (D&C 128:19-21), a coligação de Israel, a adoção abraamica dos dois lados do véu (D&C 110) e a preparação final para que o Senhor queime sua vinha (Jacó 5:50-77).

22 de mai. de 2010

Alma 56:16 - Abatidos Física e Espiritualmente

“Sim, e achavam-se abatidos física e espiritualmente, porque haviam guerreado valorosamente durante o dia e trabalhado durante a noite para conservar suas cidades; e assim haviam sofrido grandes aflições de todo tipo.”
Aqueles que estão abatidos fisicamente muito provavelmente terão seus espíritos afligidos. Pensem em alguém que está desnutrido e desidratado há muitos dias: esta pessoa não vai querer ouvir uma mensagem do evangelho – por mais glorioso que o Espírito seja – ela vai querer água e comida.
Essas necessidades físicas são tão fortes em nosso estado mortal, que o Senhor nos deu a lei do Jejum para aprendermos a controlar nosso corpo, apetites e paixões (GEE Jejum). Os desejos da carne podem ser dominados até que possamos dizer como Jesus que a nossa comida é fazer a vontade de Deus (João 4:34).
Uma das lições mais importantes que podemos aprender na mortalidade é dominar o tabernáculo que nos foi dado. Se conseguirmos fazê-lo, ele se tornará um templo do Espírito de Deus e crescerá, na ressurreição, na mesma proporção de nosso espírito – tornando-se belo e forte para Deus (I Coríntios 3:16-18; II Coríntios 4: 8-18).
Ainda neste estado podemos nos desenvolver a tal ponto que as aflições da carne – como a fome, a sede e o cansaço não possam impedir nosso espírito de agir. Mesmo aflitos podemos realizar muito. Vemos exemplos desses nas escrituras. A fome, sede e cansaço não fizeram Néfi murmurar, mas o fizeram ir atrás de alimento (1 Néfi 16:16-32). Após jejuar quarenta dias e quarenta noites – e estar muito debilitado fisicamente, o Salvador venceu Satanás e suas tentações (Mateus 4:1-11). Os homens do acampamento de Sião padeceram muito, e embora alguns murmurassem, muitos resistiram às pressões físicas e tornaram-se líderes na Igreja (História da Igreja na Plenitude dos Tempos, p. 141-151)
Vemos assim que as dificuldades da carne podem aproximar uma pessoa de Deus ou afastá-la Dele. A diferença reside na escolha individual. Certo é que Deus não dará uma tentação acima do que podemos suportar (I Coríntios 10:13).

14 de mai. de 2010

O Dom de Crer e Saber que Jesus é o Cristo

Em Doutrina e Convênios 46 e no último capítulo de Morôni lemos alguns dos muitos dons do Espírito Santo. Esses dons são habilidades especiais concedidas aos que amam a Deus e guardam os seus mandamentos (D&C 46:9). Um desses dons é o de “saber pelo Espírito Santo, que Jesus Cristo é o Filho de Deus e que foi crucificado pelos pecados do mundo” (D&C 46:13). Esse dom divino sempre é recebido pelos profetas. Todavia, não só os profetas que podem desfrutá-lo. O apóstolo Paulo disse que devemos buscar os melhores dons, e um caminho mais excelente ser-nos-á manifestado (I Coríntios 12:31). De fato, o Senhor nos convida a receber esse dom em muitas passagens de escrituras. Pretendo demonstrar o que significa esse dom e como podemos recebê-lo. Evidentemente muito mais poderia ser dito sobre o assunto. Direi apenas um pouco.

O que significa crer e saber que Jesus é o Cristo? Qual a diferença entre essas expressões?
Saber é mais do que crer, como sugere os versículos 13 e 14 de D&C 46. Aqueles que sabem conhecem como são conhecidos e vem como são vistos. Vemos essa diferença na história de Amon:
A rainha ouvira falar sobre a fama de Amon – não só sobre seu grande feito em defender os rebanhos reais, mas sobre sua pregação. Mandou que lhe chamassem. Amon foi até a rainha e perguntou o que ela desejava (Alma 19:1-3).
“E ela disse-lhe: Os servos de meu marido informaram-me que és profeta de um santo Deus e que tens o poder de realizar grandes obras em seu nome; Portanto, se assim é, desejo que entres e vejas meu marido, porque ele já está deitado em seu leito pelo espaço de dois dias e duas noites; e alguns dizem que ele não está morto, porém outros dizem que morreu e cheira mal e que deveria ser sepultado; mas para mim ele não cheira mal.” (Alma 19:4-5)
“Ora, isso era o que Amon desejava, porque sabia que o rei Lamôni estava sob o poder de Deus; sabia que o escuro véu da incredulidade lhe estava sendo tirado da mente e que a luz que lhe iluminava a mente, que era a luz da glória de Deus, que era uma luz maravilhosa de sua bondade—sim, essa luz havia-lhe infundido tanta alegria na alma, tendo-se dissipado a nuvem de escuridão, que a luz da vida eterna se lhe havia acendido na alma; sim, sabia que isto havia dominado o corpo natural do rei e que ele fora arrebatado em Deus” (Alma 19:6).
Amon havia presenciado uma cena parecida num passado não tão distante – seu amigo Alma, havia sofrido algo semelhante ao rei Lamôni (Mosias 27:18-24 e Alma 36:6-10, 15-24). Mas não podemos crer que Amon “sabia” o que estava acontecendo com o rei apenas por sua experiência passada. Deus lhe revelara não só o que estava acontecendo, mas o aconteceria. Quando Amon entrou para ver o rei “soube que não estava morto” e que não deveriam sepultá-lo. (Alma 19:7-8) E foi capaz de prometer quando exatamente o rei se levantaria.
Ele perguntou a rainha se acreditava nele. Ela respondeu que não tivera prova alguma, exceto as palavras daquele nefita – o qual sua tradição abominava, e que ela nunca vira antes – e a palavra de alguns servos. “Não obstante” disse ela, “acredito que serás como dizes” (Alma 19:9).
“E disse-lhe Amon: Abençoada sejas por causa de tua grande fé; digo-te, mulher, que nunca houve tão grande fé entre todo o povo nefita.” (Alma 19:10)
A grande fé da rainha tão somente nas palavras daquele profeta desconhecido, se assemelha a fé manifestada pela viúva de Sarepta (I Reis 17:8-16), da mulher de Cananéia (Mateus 15:21-28) e a do Centurião (Mateus 8:5-10).
A rainha velou junto à cama do marido daquele momento até o dia seguinte.
A fé de Amon, da rainha e do rei Lamôni mostram e ensinam muito sobre esse principio fundamental e básico. Amon agiu com retidão, ensinou o rei Lamôni com poder (Alma 17-18). Esse, após ouvir a palavra exerceu tamanha fé que o “escuro véu da incredulidade” começou a ser removido e “a luz da glória e Deus” começou a iluminá-lo (Alma 19:6). Quando o rei Lamôni foi “arrebatado em Deus”, a fé da rainha foi posta a prova (Alma 19:4-5). Amon não apenas acreditava que o rei “estava sob o poder de Deus”, mas ele sabia disso (Alma 19:6-7). E a rainha acreditou em Amon sem relutância (Alma 19:9-10).
As palavras e expressões agir, poder, exercer fé, por a prova, acreditar e saber servem para expor a doutrina da fé de modo claro.
Amon tinha uma grande fé (Éter 12:15). Ele não apenas acreditava, mas sabia sobre a misericórdia de Deus. “A alguns é dado saber, pelo Espírito Santo, que Jesus Cristo é o Filho de Deus (...) A outros é dado crer nas palavras deles (...)” (D&C 46:13). Se Amon não se qualificasse para saber que o que ensinava era verdadeiro, não teria poder para convencer outros a acreditarem em suas palavras.
O processo de adquirir fé começa ao lermos ou ouvirmos a palavra de Deus (Alma 32:26-28, Romanos 10:17). Foi assim com Amon e os lamanitas.
Depois disso, tal como Amon: desejamos (Mosias 28:3), pedimos (Mosias 28:5, Alma 17:2-3) e agimos com retidão, mesmo não tendo perfeito conhecimento sobre o assunto, ou somente esperando ser certo e bom (Alma 17:2-38). Foi também dessa maneira que o rei Lamôni adquiriu fé: ouviu a palavra, desejou, pediu e agiu (Alma 18:14-43).
Ao fazermos essas coisas, ter contato com a verdade, desejar ter fé, pedir e agir conforme nós sentimos ser certo, o que corresponde a fazer nossa parte, as ternas misericórdias de Deus (1 Néfi 1:20), na forma de prova, confirmação, sinal ou testemunho, vem. Então adquirimos um conhecimento perfeito a respeito do assunto (Alma 32:34).
“A fé, se não tiver as obras, é morta, em si mesma” (Tiago 2:17) e a ação fervorosa leva ao poder de Deus (1 Néfi 1:20; Alma 57:25-27; Morôni 10:3-5). Não recebemos “testemunho senão depois da prova de nossa fé” (Éter 12:6).
Fé é acreditar em algo que não vemos, mas reconhecemos que existe. Fé “é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hebreu 11:1).
Amon possuía uma fé vigorosa, seu poder lhe adveio por essa fé. Sua fé possibilitou que outros exercessem fé verdadeira. A fé é portanto um princípio de salvação tanto para o individuo como para outros a seu redor.
Quando a “hora estabelecida por Amon” chegou, o rei se levantou como profetizado. Ele disse a sua esposa que estava velando ao seu lado:
“Abençoado seja o nome de Deus e bendita és tu. Porque tão certo como tu vives, eis que vi meu Redentor; e ele virá e nascerá de uma mulher e redimirá toda humanidade que crê em seu nome.” (Alma 19:12-13)
O rei agora não somente acreditava em Cristo, ele o conhecia – tanto quanto conhecia sua esposa. Ele falou claramente que vira seu Senhor. Tornara-se uma testemunha especial, uma testemunha ocular!
Propriamente ele bendisse o gênero feminino, pois uma mulher havia sido escolhida para ser a mãe de Deus. Que honra para as mulheres serem mães, que honra maior seria para Maria conceber o Filho Primogênito e Unigênito de Deus (1 Néfi 11:18-20; Alma 7:10; Lucas 1:42-49).
Na fala do rei há ainda o ensinamento conclusivo sobre a fé: apenas os que crerem em Deus poderão ser redimidos (Alma 9:27; 2 Néfi21-24).

Saber que Jesus é o Cristo
Eis o testemunho de um dos que sabem:
“Tenho agora o privilégio e a bênção de deixar com vocês meu testemunho e bênção. Faço isso como uma das testemunhas especiais, declarando com toda a convicção de meu ser e todas as células de meu corpo, do alto da cabeça até a sola dos pés, que Jesus é o Cristo e o Redentor do mundo e nosso Salvador, o cabeça desta Igreja. Sei que Ele está próximo da liderança desta Igreja. Sei que Seu Espírito está ao alcance de todos nós individualmente e em nossos chamados. Ele vive. Não tenho dúvida alguma disso. Posso testificar com a mesma convicção e certeza que tinha o irmão de Jarede. Está escrito que, ao ver o dedo de Deus, ele não mais creu, porque passou a saber (ver Éter 3:6, 19).”
“Sei e testifico com as palavras de Pedro. Quando alguns dos santos começaram a se afastar, o Salvador ficou desanimado e perguntou aos Doze: “Quereis vós também retirar-vos?” Pedro respondeu: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente” (João 6:67). Por essa mesma autoridade, presto testemunho de Sua divindade e de Seu ser, e sei disso com uma certeza que ultrapassa o conhecimento decorrente do sentido da visão, porque nos é dado pelo Espírito saber com uma certeza maior do que a proporcionada pelos sentidos físicos.”(Inícios, James E. Faust, http://www.lds.org/library/display/0,4945,538-1-3465-12,00.html, itálicos acionados).
Esse homem sabia que Jesus era o Cristo. Na realidade todos os apóstolos precisam saber, pois são chamados como testemunhas especiais de Cristo. São profetas, videntes e reveladores. Dizemos freqüentemente que, como membros da Igreja, temos o privilégio de ter profetas vivos, mas muitas vezes não relacionamos tal bênção com o conhecimento que temos das escrituras. Ora, se Deus é o mesmo, ontem, hoje e para sempre (Hebreus 13:8, Mórmon 9:9), porque razão Ele não se manifestaria aos profetas do mesmo modo que antigamente?
Néfi, Isaías e Jacó viram Deus – foram testemunhas oculares do Senhor Jesus Cristo (2 Néfi 11:2-3). Assim como o irmão de Jarede e Morôni (Éter 3:10-20, 12:39). Moisés também viu o Senhor, face a face (Êxodo 33:11). Adão, Enoque, Noé e Abraão conheciam e andavam com Deus ( ver livros de Moisés e Abraão).
Joseph Smith viu Deus diversas vezes. Muitas estão registradas (JSH 1:16-26, D&C 76:22-24, 110:1-4). Entretanto devemos entender que um testemunho especial vai além do testemunho ocular. Paulo viu Cristo antes de se tornar apóstolo (GEE “Paulo”, Atos 9:1-9). Em certo sentido ele se tornou uma testemunha especial da Ressurreição de Cristo naquela ocasião. Todavia não se tornou uma testemunha especial ordenada, senão posteriormente ao receber autoridade para pregar (Atos 9:27-30). Muitos viram Cristo na mortalidade, mas nem por isso eram testemunhas especiais Dele.
Além disso, o testemunho especial vem pelo poder do Espírito Santo. Mesmo uma aparição pessoal do Salvador, com toda glória – com toda impressão que pode causar a mente e aos olhos – fazendo com que todos os sentidos físicos sejam efervescidos – mesmo isso não é tão poderoso quanto o testemunho do Espírito Santo. Esse testemunho ultrapassa, como disse o presidente Faust, os sentidos físicos. É um dom especial que todos podem receber:
“Em verdade assim diz o Senhor: Acontecerá que toda alma que abandonar seus pecados e vier a mim e invocar meu nome e obedecer a minha voz e guardar meus mandamentos verá minha face e saberá que eu sou” (D&C 93:1).

Advertência.
Não perguntamos a um apóstolo ou a um líder na Igreja – ou a qualquer um – se ele já viu Cristo. Não fazemos isso por um simples motivo: isso é buscar um sinal. Não buscamos sinais. Mas os sinais seguem os que crêem (GEE “Sinais”, Mateus 12:39 e D&C 63:7-11).
Já vi, ouvi e li, vários homens e mulheres se levantarem e prestarem um testemunho especial. Alguns eram líderes de destaque e importância no Reino, outros não, a maioria era bem idosa, mas alguns eram jovens – seus testemunhos eram sempre curtos e simples. Todavia sempre havia um poder especial, um poder confirmador – às vezes as lágrimas faziam companhia, às vezes não – mas o calor, que só sente quem já sentiu o Espírito Santo, era uma constante nesses testemunhos. A simples frase “eu sei”, embora simples, era suficiente. Às vezes, tal frase era seguida, ou precedida por “tenho um conhecimento perfeito a respeito”, “eu O conheço”, “eu sei onde Ele esta” e “tive experiências demasiadamente sagradas, às quais não posso mencionar”. Sempre que esses testemunhos são prestados há luz para os que estão desejosos do bem e pedra de tropeço para os servos do diabo.
Tudo que eu falei até aqui pode e vai parecer absurdo para alguns. Na verdade a maioria vai zombar dessas palavras e dizer coisas como: “eles falam assim para enganá-los e mantê-los presos a essa superstição” ou “eles não sabem nada” ou “porque eu não vejo Cristo então? Não sou digno como ele?”. Todas essas frases foram previstas e profetizadas pelos profetas do Livro de Mórmon (Alma 21:5-6, 30). Minha resposta a todas essas e muitos outros argumentos do diabo e dos homens é simplesmente esse: é preciso haver fé – e fé não é um conhecimento perfeito (Alma 32:21). Começamos crendo nos que sabem e depois, ao nos qualificarmos, passamos a saber também.

Conclusão.
Creio que tratei suficientemente do assunto. Há muito mais a ser dito. Esse testemunho especial pode ser adquirido por todos. Eu sei disso. Entretanto, quer o recebamos nesta vida, quer não, se cumprirmos os mandamentos, teremos a vida eterna, que é o maior Dom de Deus (D&C 6:13). Oxalá que todo povo fosse profeta! (Números 11:29) e visse olho a olho e conhecesse perfeitamente (Alma 36:26). Os passos para se conseguir tal testemunho são desejar e buscar intensamente, guardar todos os mandamentos, tornar-se digno e ter esperança. Sei que é possível porque o Espírito Santo me contou essas coisas. Em nome de Jesus Cristo, Amém.

12 de mai. de 2010

Como o Evangelho Abençoa as Famílias

No último capítulo de primeiro Néfi, este jovem profeta explica a seus irmãos as escrituras de Isaías:
“E depois de nossos descendentes haverem sido dispersos, o Senhor Deus fará uma obra maravilhosa entre os gentios, que será de grande valor para nossos descendentes; é como se fossem, portanto, alimentados pelos gentios e carregados em seus braços e sobre seus ombros. E será também de valor para os gentios; e não somente para os gentios, mas para toda a casa de Israel, porque dará a conhecer os convênios do Pai dos céus com Abraão, quando disse: Em tua semente serão benditas todas as famílias da Terra.”
Por causa de Restauração todas as famílias serão abençoadas. Como isso se dará?
“E agora, meus irmãos, quero que saibais que todas as famílias da Terra não poderão ser abençoadas, a menos que ele desnude o braço aos olhos das nações. O Senhor Deus, portanto, desnudará o braço aos olhos de todas as nações ao fazer chegar seus convênios e seu evangelho aos que são da casa de Israel. Ele, portanto, tornará a tirá-los do cativeiro e serão reunidos nas terras de sua herança; e serão tirados da obscuridade e das trevas e saberão que o Senhor é seu Salvador e seu Redentor, o Poderoso de Israel.” (1 Néfi 22:8-12)
Por amar as famílias Deus restaurou o evangelho de Jesus Cristo. Sem a restauração as famílias não podem encontrar felicidade agora e alegria e paz eterna no porvir. O evangelho abençoa as famílias em pelo menos três aspectos:

1- Dá a conhecer os convênios do Pai: Isso significa que as famílias de toda Terra podem saber que há um meio de permanecerem juntas para toda eternidade. Os convênios são firmados comumente por meio de ordenanças sagradas (GEE “ordenanças”). Essas ordenanças são: o Batismo por imersão, o recebimento do Dom do Espírito Santo, o Sacerdócio Santo (para os homens dignos), a Investidura Sagrada e o Selamento Eterno. O Senhor chamou seu servo, Joseph Smith Junior e falou-lhe dos céus para que a Plenitude do Seu Evangelho fosse proclamada aos confins da Terra (D&C 1:17-23). Joseph recebeu chaves importantes, como a do selamento de pais e filhos pelo profeta Elias (D&C 110: 13-16). Essas chaves implicam que a Terra não será mais ferida com a maldição de todos serem recusados perante Deus (Malaquias 4:5-6). Um elo perfeito pode ser feito até Adão, ligando todas as famílias, para que todas alcancem a vida eterna. Sem os convênios, sem o conhecimento desses convênios as famílias não podem ser felizes para sempre. Evidentemente conhecer os convênios não se refere apenas a reconhecer a sua existência, mas a aceitá-los e vivê-los. O Santo Espírito da Promessa pode, e vai, selar as famílias que se esforçarem para viver todos os convênios (D&C 132:7). Isso acontece à medida que vivem os mandamentos, tomam o sacramento e vivem de toda palavra que sai da boca de Deus (D&C 84:44), o que significa que tem direito a revelação.

2- Tira do cativeiro e reúne-os nas terras de sua herança: As famílias são tiradas do cativeiro espiritual ao aceitarem as verdades do evangelho. Uma luz de esperança lhes vem ao lar – pois podem ser unidos hoje e para sempre. Os atributos do Salvador são cultivados tornando o lar um pedacinho do céu – um lugar sagrado, semelhante ao Templo Santo. É um refugio, um lugar de reunião e de adoração. Um lugar onde as escrituras são lidas, os hinos são cantados, risos são dados e talentos são desenvolvidos. O pecado, que aprisiona, é recusado nesses lares. Há amor pelos pecadores, mas justiça divina contra o mal e o pecado. Também, quando Cristo voltar pela Segunda vez, seus santos herdarão a terra – o que significa que literalmente terão direito a uma porção territorial neste belo planeta (Mateus 5:5, D&C 56:20; 63:20, 48-49). Isso esta de acordo com as promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó – os quais receberam a promessa de que sua descendência herdaria esse mundo (Abraão 2:6).

3- São tirados da obscuridade e das trevas e para saber que o Senhor é seu Salvador e seu Redentor, o Poderoso de Israel: Numa família que aceita o evangelho e escapa da Babilônia o Salvador é o centro de sua vida. Os atributos de Cristo são desenvolvidos e cultivados num lar assim. Perdão, respeito, muito trabalho, fé, esperança e caridade são palavras que descrevem as famílias de Deus. Essas famílias são uma luz para o mundo (Mateus 5:14-16), pois saem da obscuridade. São exemplos, pois refletem Cristo (3 Néfi 18:24). Essas famílias confiam no poderoso de Jacó, para livrá-los tanto espiritualmente como fisicamente. Doenças, perda de emprego, perseguição e todo tipo de adversidade são vencidas por essas famílias, pois estão na Rocha do Redentor (Helamã 5:12). Eles se firmam nesta Rocha ao lerem as escrituras, orarem sempre e agirem como Cristo agiria (3 Néfi 18).

As famílias que recebem essas bênçãos e se tornam promotoras dessas bênçãos a outros abençoam todas as famílias da Terra, mesmo aquelas que não aceitam as verdades preciosas da Restauração. Desse modo, nos dois lados do véu, as famílias de Sião são uma bênção de Deus a todas as famílias, tanto céu, quanto no inferno e na Terra.

10 de mai. de 2010

PRECISAMOS CONHECER TUDO SOBRE OS CONVÊNIOS ENTRE DEUS E O HOMEM PARA OS ACEITARMOS?

Não! Não precisamos saber, precisamos acreditar! Raramente alguém que é ensinado pelos missionários compreende a extensão dos convênios firmados no batismo. Na realidade, uma pequena parcela de entendimento é dada ao converso para que ele saiba que o convênio provém de Deus, mas a maior parte se explica com fé.
O Senhor não pede que entendamos tudo sobre as ordenanças, doutrinas e convênios antes de os recebermos. Alguém que recebe a Iniciatória e Investidura no santo Templo dificilmente entenderá a ordenança por completa, mesmo depois de várias vezes observando-a, pois é cheia de simbolismo. Assim percebemos que o Senhor exerce grande misericórdia em permitir-nos tomar sobre nós algumas obrigações que não entendemos por completo. Afinal sem essas ordenanças não podemos voltar a Sua presença.
Os candidatos ao Chamado e Eleição não precisam de conhecimento sobre essa ordenança para recebê-la. Entretanto, após aceitarem-no devem procurar entender as obrigações e responsabilidades que advém desse sagrado convênio. O mesmo principio é valido para todos os convênios.
O que se precisa é fé – que não é um conhecimento perfeito (Alma 32:21). Esse princípio é muito esclarecedor, pois ajudará o missionário a entender que não precisa informar minuciosamente o pesquisador sobre os pontos do evangelho; e o pesquisador se sentirá confiante que, embora não saiba tudo (e talvez quase nada) a respeito da Igreja, do batismo e da doutrina, acha que sua escolha é boa e tem grande desejo de fazê-la.
O requisito mais importante para o recebimento de uma ordenança é o desejo – não o conhecimento (Alma 32:16). É verdade que é melhor que aqueles que recebem uma ordenança tenham um testemunho e conhecimento sobre o que estão firmando com Deus. Todavia, o Senhor não exige esse conhecimento antes. Ele o exige depois. Ninguém será salvo em ignorância aos convênios firmados (D&C 131:6). Deve ser por isso que o Senhor ordenou aos élderes que pregassem segundo os convênios (D&C 107:89) – por que nenhum dos élderes entende plenamente o que consiste o juramento e convênio do sacerdócio quando o recebe.
Creio que se esse princípio for bem compreendido haverá menos barreiras para que conversos sejam batizados, para que os irmãos recebam o sacerdócio e para que as pessoas entrem no Templo. Se todos os membros da Igreja entendessem o quanto Deus confia em seus filhos, a ponto de permitir que recebam as sagradas responsabilidades em ritos divinos mesmo conhecendo tão pouco, então não haveria porque impedir muitos dos filhos de Deus que já foram aprovados por Ele a receberem os mesmos convênios que nós. E em Sua grande condescendência para com os filhos dos homens Deus é capaz de absolver um transgressor que não conhecia suficientemente e pecou, por ignorância, contra um convênio.
O pesquisador não precisa saber sobre a doutrina da “água, sangue e Espírito”, não precisa saber sobre o simbolismo da ressurreição no batismo e nem precisa entender alguns pontos que os missionários julgam vitais, e não o são. Um missionário não deve deixar de batizar uma pessoa porque ela não sabe se Joseph Smith foi um profeta de Deus. Vocês devem estar pensando: “mas como? Isso é um absurdo: ela vai se afastar do reino sem um testemunho”. Mas ela não precisa de um testemunho para receber o batismo – não de um testemunho como o dos missionários. Ela precisa acreditar. Quais são as perguntas da entrevista batismal? As perguntas são: Você acredita em Deus, o Pai Eterno? Você acredita em Jesus Cristo? Você acredita que Joseph Smith foi um profeta? Você acredita que temos um profeta vivo? etc. Percebam que a pergunta começa com “Você acredita...?” e não “você sabe...?” Isso indica que o pesquisador não precisa de um testemunho para ser batizado. Mas nas perguntas para uma recomendação para o Templo o tom difere, pois são “Você sabe...?” e não “Você acredita...?”
Deixo bem claro aqui que o Senhor alistou os requisitos para o batismo, e ninguém que não os cumpra deve ser batizado. Há requisitos para todas as ordenanças do evangelho. Os missionários-líderes entrevistam os pesquisadores para verificar se os candidatos: (1) humilharam-se perante Deus; (2) desejam ser batizados; (3) apresentaram-se com um coração quebrantando e espírito contrito; (4) testificaram a Igreja (isso é feito na entrevista batismal perante um representante oficial da Igreja) que se arrependeram e estão dispostos a tomar sobre si o nome de Jesus Cristo, com o firme propósito de servi-lo até o fim, e realmente manifestarem por suas obras que receberam o espírito de Cristo para remissão de seus pecados.
Não noto nenhum requisito do tipo: decorar as datas da Restauração, ter lido todo o Livro de Mórmon ou saber o nome dos Doze apóstolos atuais? Não! Então porque protelar o batismo de alguém que já tem o que se precisa: humildade, desejo e disposição?
Alguém poderia dizer: “É claro que não vou exigir tudo isso, mas se eu sentir que o pesquisador ainda não esta pronto, e que ele vai se afastar da Igreja?” Tenho um conselho sobre isso, decorrente de meus estudos e minha própria missão: batize-o! Se ele deseja ser batizado, batize-o. É claro que pecados sérios, como lei da castidade, crimes contra lei, aborto, homossexualismo, e outros devem ser resolvidos antes do batismo. E não devemos batizar alguém que não tenha o desejo sincero ou não cumpra os requisitos que a Primeira Presidência alistou em Pregar Meu Evangelho, página 222: como, por exemplo, a freqüência a várias reuniões sacramentais. Também não é a mera curiosidade que qualifica alguém. Outros cuidados, como ter a permissão do conjugue e a assinatura dos pais, no caso de menores de idade, devem ser observados. Mas isso tudo esta bem explicado no capítulo 12 de Pregar Meu Evangelho.
Não existe batismo para condenação. O batismo da Igreja verdadeira é para salvação. Não batizamos ninguém para ser expulso da presença de Deus! Se o Espírito confirmar ao missionário que deve batizar tal pessoa, e logo depois ele pensa: “mas ela tem duvidas sobre isso ou aquilo...” Ele deve lembrar-se que ele também tem perguntas! Todos nós temos! Enquanto vivermos debaixo do véu há coisas que não entendemos. Isso faz parte.O missionário deve ajudar o seu pesquisador a saber que não precisa saber muito para ser batizado. Tal missionário não deve deixá-lo num campo de conforto – deve ensiná-lo a buscar, pedir e bater com diligência – mas deve assegurar que o que é necessário é fé – que Deus o ajudará mesmo que não haja certeza – apenas uma intuição de que é algo bom, algo louvável, algo a ser buscado.
Alguém pode se impressionar com esse ensinamento, mas é a pura verdade. Lorenzo Snow recebeu um testemunho apenas cinco semanas depois do seu batismo! Não foi antes, foi depois.
Quando, aos 23 anos, Heber J. Grant foi chamado para presidir a Estaca Tooele, disse aos santos que acreditava que o evangelho era verdadeiro. O Presidente Joseph F. Smith, que era conselheiro na Primeira Presidência, perguntou: “Heber, você disse que acreditava no evangelho do fundo do coração, mas não prestou seu testemunho de que sabe que ele é verdadeiro. Você não tem certeza absoluta de que o evangelho é verdadeiro?”
Heber respondeu: “Não, não tenho”. Joseph F. Smith virou-se para John Taylor, que era presidente da Igreja, e disse: “Em minha opinião, devemos desfazer agora à tarde o que fizemos pela manhã. Não creio que um homem deva presidir uma estaca sem um conhecimento perfeito e inabalável da divindade desta obra”.
O Presidente Taylor respondeu: “Joseph, Joseph, Joseph, [Heber] sabe tão bem quanto você. A diferença é que ele ainda não sabe que sabe”.
Em poucas semanas, esse testemunho foi reconhecido, e o jovem Heber J. Grant verteu lágrimas de gratidão pelo perfeito, inabalável e absoluto testemunho que recebeu nesta vida."
Todos os pesquisadores sabem, mas não se lembram disso por causa do véu. O Espírito pode fazê-los lembrar de tudo, pois penetra até as profundezas de Deus.
Deve-se respeitar o arbítrio do pesquisador caso ele não sinta que é à hora. Mas deixe muito claro que um entendimento melhor sobre os convênios, ordenanças e leis de Deus só virá após o batismo – porque é o Espírito Santo que nos ensinará todas as coisas, não a Luz de Cristo.
A Luz de Cristo que o pesquisador já tem o ajudará a reconhecer o certo e o errado. O poder do Espírito Santo trabalhará com essa luz e o pesquisador sentirá que os missionários falam a verdade. Tal pessoa desejará seguir o que os representantes de Cristo falarem – por causa do poder do Espírito. Ela pensará algo do tipo: “Não entendi bem o que eles disseram, mas me sinto bem a respeito e desejo conhecer mais”; ou: “Nunca vi esses rapazes, não obstante tenho a impressão que me são familiares, parece que já os ouvi e que somos amigos a longo tempo”; ou ainda: “Orei a respeito desse livro, não sei se senti o que eles me disseram que sentiria, e nem entendi bem o que é apostasia, mas me sinto tão feliz ao ir a Igreja e ouvir esses jovens... parece que o vazio que eu sentia foi preenchido!” Esse é o Espírito ajudando!
Para finalizar desejo lembrar qual é o propósito dos missionários, já que entrei neste assunto.
Ele esta na página 1 de Pregar Meu Evangelho, entretanto, quero lhes dizer que este propósito se encontra resumido na página nove: “batizar e confirmar é o ponto central de seu propósito”. Não é ensinar, é batizar! É obvio que se batiza alguém que se ensina, pois a fé é pelo ouvir. Mas todo o ensino, estudo, oração devem ser direcionados para o batismo. Depois deve haver um acompanhamento sincero para que os convênios batismais sejam vividos plenamente.
É muito melhor, e creio ser possível, que um pesquisador entre nas águas do batismo com certeza de pelo menos cinco coisas: Deus vive, Jesus é o Cristo, Joseph é um profeta, o Livro de Mórmon é verdadeiro e temos um profeta vivo. Creio que ele pode saber isso antes do batismo, se desejar buscar. Mas se ele não obter esse conhecimento pode se batizar como uma prova de fé, uma prova de que quer um testemunho. Se ele o fizer satisfará a necessidade de agirmos para recebermos um testemunho, pois a ação, ou obra, será a prova da fé.
Elder Callister, dos Setenta, disse numa conferência geral: “Conversei certa vez com um excelente rapaz que não era da nossa religião, embora tivesse assistido à maior parte de nossas reuniões de adoração por mais de um ano. Perguntei por que ele não havia-se filiado à Igreja. Ele respondeu: “Porque não sei se ela é verdadeira. Acho que ela pode muito bem ser verdadeira, mas não posso levantar-me e testificar, como vocês fazem: ‘Sei, sem dúvida, que é verdadeira’”.
Perguntei: “Você já leu o Livro de Mórmon?” Ele respondeu que tinha lido algumas partes do livro.
Perguntei se tinha orado a respeito do livro. Ele respondeu: “Eu o mencionei em minhas orações”.
Disse a esse jovem amigo que, enquanto ele fosse superficial em sua leitura e orações, jamais descobriria, nem que se passasse uma eternidade. Mas, se ele reservasse uma ocasião para jejum e súplica, a verdade arderia em seu coração, e então saberia que sabia. Ele não falou mais nada, mas disse à esposa, na manhã seguinte, que faria um jejum. No sábado seguinte, foi batizado.
Se você quiser saber que sabe o que sabe, é preciso pagar o preço. E só você pode pagar esse preço. Há procuradores para realizar as ordenanças, mas não para adquirir um testemunho.”
Alma descreveu a conversão com estas belas palavras: “Eis que jejuei e orei durante muitos dias, a fim de saber estas coisas por mim mesmo. E agora sei por mim mesmo que são verdadeiras, porque o Senhor Deus mas revelou (Alma 5:46)”.
Eu sei que a Igreja de Jesus Cristo é verdadeira. Tenho um testemunho ardente sobre essas cinco verdades: Deus vive, Jesus é o Cristo, Joseph é um profeta, o Livro de Mórmon é verdadeiro e temos um profeta vivo. Sei dessas coisas muito bem, e creio que sempre o soube, mas me dei conta delas na juventude. Os pesquisadores se darão conta do testemunho deles em alguma ocasião, que talvez será após o evento de seu batismo.
A conversão não é um evento, é um processo, mas o marco do batismo é um evento que ajudará na conversão. Testifico que a conversão não se finaliza com o batismo. Na realidade o batismo é a porta inicial. Portanto batizemos todos que desejarem e preparemos o caminho para a Segunda Vinda do Messias.
Eu sei que Ele vive, e Seu Espírito nos ajudará.

5 de mai. de 2010

EXPIAÇÃO

Vou investigar a parte mais importante do plano de Deus: a Expiação de Jesus Cristo. Tal averiguação é certamente a mais difícil de se tratar. Não que a Expiação de Jesus Cristo não possa ser suficientemente compreendida por qualquer mortal penitente, pois o Espírito pode nós ensinar que “além dele não há Salvador algum” e pode nós mostrar sua grande sabedoria e maravilhosos caminhos. A dificuldade consiste em explicar a “extensão de sua obra” a qual “ninguém pode descobrir” (D&C 76:1-2, itálicos adicionados).

De fato esse é um mistério de Deus, que nossa mente finita não pode suportar, exatamente porque a Expiação foi infinita. Como Alma disse há muitos mistérios, que permanecem ocultos, e que somente Deus conhece (Alma 40:3). A escritura a seguir expressa o que tento dizer:
“E este é o evangelho, as alegres novas, que a voz do céu nos testificou— Que ele veio ao mundo, sim, Jesus, para ser crucificado pelo mundo e para tomar sobre si os pecados do mundo e para santificar o mundo e purificá-lo de toda iniqüidade; Para que, por intermédio dele, fossem salvos todos os que o Pai havia posto em seu poder e feito por meio dele; Ele que glorifica o Pai e salva todas as obras de suas mãos, exceto os filhos de perdição, que negam o Filho depois que o Pai o revelou.”
“Portanto ele salva todos exceto esses, os quais irão para o castigo infinito, que é castigo sem fim, que é castigo eterno, para reinar com o diabo e seus anjos na eternidade, onde seu bicho não morre e o fogo é inextinguível, o que é seu tormento— E homem algum conhece o seu fim nem seu lugar nem seu tormento; Nem foi revelado nem é nem será revelado ao homem, exceto àqueles que dele forem feitos participantes; Contudo eu, o Senhor, mostro-o em visão a muitos, mas imediatamente torno a encerrá-la; Portanto seu fim, sua largura, altura, profundidade e miséria eles não compreendem, nem homem algum, a não ser os que são ordenados a essa condenação” (D&C 76:40-48, itálicos adicionados).
Para nós, Cristo sofreu de uma forma incompreensível. Ele sofreu como um filho da perdição. Ele “subiu ao alto, como também desceu abaixo de todas as coisas, no sentido de que compreendeu todas as coisas, para que fosse em tudo e através de todas as coisas, a luz da verdade” (D&C 88:6). De fato Ele “compreende todas as coisas” (D&C 88:41). Aqueles que se tornarem filhos da perdição entenderão o que Ele passou ao beber a “taça amarga” (Marcos 14:36, Alma 40:26, D&C 19:15-19). Os que forem exaltados como deuses também entenderão plenamente a expiação, pois estarão cheios de luz e o “corpo que é cheio de luz compreende todas as coisas” (D&C 88:67).
Enquanto na mortalidade, não podemos compreender a totalidade da Expiação. Dia virá em que a entenderemos (D&C 130:8-10). Para que isso ocorra temos que hoje buscar diligentemente entender o sacrifício de Cristo, mesmo que sua plenitude seja inexplicável a nós. Pois quanto mais O entendemos mais próximos ficaremos Dele e da exaltação (D&C 131:6). Devemos crescer linha sobre linha, preceito sobre preceito (2 Néfi 28:30) até que tenhamos um conhecimento perfeito (2 Néfi 9:14).
Talvez fosse isso que Paulo quisesse dizer ao orar pelos antigos efésios pedindo que estivessem “arraigados e fundados em amor” para que pudessem “perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade” e “conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.”
Entretanto, não irei explicar tudo o que um ser mortal é capaz de entender sobre o sacrifício de Cristo. O motivo é simples: há muitas coisas que Jesus fez “e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem” (João 21:25). Além disso, cada um deve sentir-se responsável em buscar o Senhor por si só (Atos 17:27, D&C 37:4).
Basta a escritura que se segue para perceber a magnitude do assunto: “todas as coisas têm sua semelhança e todas as coisas são criadas e feitas para prestar testemunho de mim, tanto as coisas [temporais] como as coisas que são espirituais; coisas que estão acima nos céus e coisas que estão na Terra e coisas que estão dentro da terra, tanto acima como abaixo: todas as coisas prestam testemunho de mim.” (Moisés 6:63, Alma 30:41-44).
O céu, o mar, os animais, os fósseis, as sementes, as estrelas e toda criação; a videira, a candeia, o templo, o maná e todos os símbolos das escrituras; a cobra de metal, a rocha ferida, Isaque no monte Moriá, os profetas santos como prefiguração do Messias; e até tudo o que existe nas escrituras, no testemunho, no que vemos, sentimos, ouvimos e percebemos – tudo, visível ou invisível – testifica do Cristo, pré-mortal, moral e ressurreto e mais especificamente sobre sua missão de expiar toda a Criação.
O Plano de Deus inclui três grandes eventos: Criação, Queda e Expiação. Esses três “pilares da eternidade”, como Elder Bruce R. McConkie os chama, por serem pontos fundamentais do Plano, estão intimamente inter-relacionados. Sua ligação é tal que se não houver um não pode haver outro. Ou seja, se não houvesse Criação, não haveria Queda; e se Adão não caísse, Jesus Cristo seria completamente desnecessário.
A queda de Adão e Eva afastou toda criação que conhecemos da presença de Deus. Os homens foram afastados tanto física como espiritualmente de sua presença. Portanto duas mortes acometeram todos os que vieram a gozar do Segundo Estado: a morte física e a morte espiritual (Alma 42:9, Moisés 6:48). Cristo veio a Terra com a expressa missão de vencer tanto uma morte como outra (I Coríntios 15:21-23, 2 Néfi 9:12). Ele era o único com poder de fazer isso por ser pré-ordenado para essa missão (I Pedro 1:20), por ser filho Unigênito do Pai (João 1:14, 3:16), e por ser perfeito – sem pecados (Mosias 14:9).
A palavra Expiação significa reconciliar. Expiação é o sacrifico de Jesus Cristo, que inclui seu sofrimento no Jardim do Éden, o injusto julgamento, a ida até Gólgota, a morte na cruz e finalmente a gloriosa ressurreição (GEE Expiação). A Expiação de Jesus Cristo: (1) é o ponto mais importante do Evangelho; (2) é o fato mais transcendental de toda criação; (3) é o maior poder que existiu, existe ou existirá; (4) é infinita e eterna; (5) proporciona a divina Misericórdia (graça); e (6) é o elemento essencial para salvação e exaltação de toda criação.

A Expiação é o ponto mais importante do Evangelho. O Evangelho de Jesus Cristo foi resumido por seu autor:
“Eis que vos dei o meu evangelho e este é o evangelho que vos dei—que vim ao mundo para fazer a vontade de meu Pai, porque meu Pai me enviou. E meu Pai enviou-me para que eu fosse levantado na cruz; e depois que eu fosse levantado na cruz, pudesse atrair a mim todos os homens, a fim de que, assim como fui levantado pelos homens, assim sejam os homens levantados pelo Pai, para comparecerem perante mim a fim de serem julgados por suas obras, sejam elas boas ou más— E por esta razão fui levantado; portanto, de acordo com o poder do Pai, atrairei todos os homens a mim para que sejam julgados segundo suas obras.”
“E acontecerá que aquele que se arrepender e for batizado em meu nome, será satisfeito; e se perseverar até o fim, eis que eu o terei por inocente perante meu Pai no dia em que eu me levantar para julgar o mundo. E aquele que não perseverar até o fim será cortado e lançado no fogo, de onde não mais voltará, em virtude da justiça do Pai.”
“E esta é a palavra que ele deu aos filhos dos homens. E por esta razão ele cumpre as palavras que proferiu; e não mente, mas cumpre todas as suas palavras. E nada que seja imundo pode entrar em seu reino; portanto nada entra em seu descanso, a não ser aqueles que tenham lavado suas vestes em meu sangue, por causa de sua fé e do arrependimento de todos os seus pecados e de sua fidelidade até o fim.”
“Ora, este é o mandamento: Arrependei-vos todos vós, confins da Terra; vinde a mim e sede batizados em meu nome, a fim de que sejais santificados, recebendo o Espírito Santo, para comparecerdes sem mancha perante mim no último dia. Em verdade, em verdade vos digo que este é o meu evangelho (...)”

A Expiação é o fato mais transcendental de toda criação. Em Alma 7:7, o profeta nefita ensina “que muitas coisas estão para vir”, mas “há uma coisa mais importante que todas as outras – pois eis que não [estava] longe o tempo em que o Redentor [viveria e estaria] no meio de seu povo”.
Leí disse o quanto seria importante tornar a Expiação conhecida aos habitantes da Terra “para que saibam que nenhuma carne pode habitar na presença de Deus a menos que seja por meio dos méritos e misericórdia e graça do Santo Messias, que dá sua vida (...) e toma-a novamente” (2 Néfi 2:8).
De fato, não houve e nunca haverá acontecimento de maior relevância e transcendência.

A Expiação é o maior poder que existiu, existe ou existirá.
Paulo disse: “Porque estou certo que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o provir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que esta em Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 8:38-39).

A Expiação de Jesus Cristo é a maior expressão de caridade.
“A caridade nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; (...) Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estes três, mas o maior destes é a caridade” (I Coríntios 13:8-13, em algumas traduções a palavra “caridade” foi substituída por “amor”).
Morôni entendia isso e pode ensinar: “meus amados irmãos, se não tendes caridade, nada sois, porque a caridade nunca falha. Portanto, apegai-vos à caridade, que é, de todas, a maior, porque todas as coisas hão de falhar – Mas a caridade é o puro amor de Cristo e permanece para sempre; e para todos os que a possuírem, no último dia tudo estará bem” (Morôni 7:45-46).
Não há dor que a expiação não cure, não há pecado que ela não perdoe e não há injustiça que não concerte. Tudo que foi desfeito e refeito. Tudo que é destruído é reconstruído. O poder capacitador e restaurador, o poder justificador e santificador – são expressões do poder misericordioso que vem pela Expiação.
O poder da expiação é presente, e pode ser invocado agora. Também tem efeitos no passado e no futuro. A Expiação, por exemplo, elimina a culpa passada do pecado, concede sustento atual com dons espirituais e garante uma ressurreição entre os justos no futuro.
A expiação possibilita a fé no passado, a caridade no presente e a esperança no futuro. Temos fé em Cristo porque Ele nos amou primeiro e morreu por nós. Agimos dignamente, exercendo amor para, que por meio de seu sangue possamos voltar a viver com Deus em felicidade infinita – ai reside nossa esperança (I João 4:17-21).
Temos esperança por causa da Expiação. Temos fé porque Cristo morreu por nós. E temos caridade, porque é impossível agradar a Deus e merecer a misericórdia sem esse divino atributo:
“E novamente, meus amados irmãos, gostaria de falar-vos sobre a esperança. Como podeis alcançar a fé a não ser que tenhais esperança? E o que é que deveis esperar? Eis que vos digo que deveis ter esperança de que, por intermédio da expiação de Cristo e do poder da sua ressurreição, sereis ressuscitados para a vida eterna; e isto por causa da vossa fé nele, de acordo com a promessa. Portanto, se um homem tem fé, ele tem que ter esperança; porque sem fé não pode haver qualquer esperança. E novamente, eis que vos digo que ele não pode ter fé nem esperança sem que seja manso e humilde de coração. Sem isso sua fé e esperança são vãs, porque ninguém é aceitável perante Deus, a não ser os humildes e brandos de coração; e se um homem é humilde e brando de coração e confessa, pelo poder do Espírito Santo, que Jesus é o Cristo, ele precisa ter caridade; pois se não tem caridade, nada é; portanto ele precisa ter caridade. (...) Portanto, meus amados irmãos, rogai ao Pai, com toda a energia de vosso coração, que sejais cheios desse amor que ele concedeu a todos os que são verdadeiros seguidores de seu Filho, Jesus Cristo; que vos torneis os filhos de Deus; que quando ele aparecer, sejamos como ele, porque o veremos como ele é; que tenhamos esta esperança; que sejamos purificados, como ele é puro. Amém.” (Morôni 7:40-44, 48).

A Expiação é Infinita e Eterna.
O alcance da Expiação extrapola a realidade temporal e espacial. A expiação tem efeito a todas as criações anteriores e todas as posteriores de Deus.
Disse Alma: “nada pode haver, a não ser uma expiação infinita, que seja suficiente para os pecados do mundo” (Alma 34:12). Jacó ensinou: “é necessário que haja uma expiação infinita—porque se a expiação não fosse infinita, esta corrupção não poderia revestir-se de incorrupção” (2 Néfi 9:7).
A Expiação é Eterna por que foi um Deus Eterno (Moisés 7:35), que era e é de eternidade em eternidade (D&C 20:17), que desceu abaixo de todas as coisas.
Jeová disse: “Eis que eu sou aquele que foi preparado desde a fundação do mundo para redimir meu povo. Eis que eu sou Jesus Cristo. Eu sou o Pai e o Filho. Em mim toda a humanidade terá vida e tê-la-á eternamente, sim, aqueles que crerem em meu nome; e eles tornar-se-ão meus filhos e minhas filhas” (Éter 3:14). Seu sacrifício é infinito e eterno por que os efeitos de sua expiação são infinitos e eternos.

A Expiação proporciona a divina Misericórdia (graça).
“Todas as coisas hão de falhar” disse Morôni (Morôni 7:46). De fato, todas as coisas são passiveis de falha exceto a caridade – que é o maior atributo. É, portanto, a maior virtude e o maior poder, como já demonstrado.
Sem caridade ninguém pode satisfazer a Justiça de Deus. Isso porque é a caridade de Cristo, manifesta em Sua Expiação, que concede a Divina Misericórdia. Nas palavras de Paulo os atos de serviço abnegado a fé extraordinária de nada servem sem a caridade (I Coríntios 13).
Alma ensinou sobre a Justiça e Misericórdia de modo muito claro a seu filho rebelde:
“E agora lembra-te, meu filho, de que, se não fosse pelo plano de redenção (deixando-o de lado), assim que eles morressem sua alma se tornaria miserável, sendo afastada da presença do Senhor. E não havia meio de resgatar os homens desse estado decaído que o homem trouxera sobre si, em virtude de sua própria desobediência.”
“Portanto, de acordo com a justiça, o plano de redenção não poderia ser realizado senão em face do arrependimento dos homens neste estado probatório, sim, neste estado preparatório; porque, a não ser nestas condições, a misericórdia não teria efeito, pois destruiria a obra da justiça. Ora, a obra da justiça não poderia ser destruída; se o fosse, Deus deixaria de ser Deus. E assim vemos que toda a humanidade se encontrava decaída e estava nas garras da justiça; sim, da justiça de Deus que a condenara a ser afastada de sua presença para sempre.”
“Ora, o plano de misericórdia não poderia ser levado a efeito se não fosse feita uma expiação; portanto o próprio Deus expia os pecados do mundo, para efetuar o plano de misericórdia, para satisfazer os requisitos da justiça, a fim de que Deus seja um Deus perfeito, justo e também um Deus misericordioso.”
“Ora, o arrependimento não poderia ser concedido aos homens se não houvesse um castigo tão eterno como a vida da alma, estabelecido em oposição ao plano de felicidade, também tão eterno como a vida da alma. Ora, como poderia um homem arrepender-se, se não houvesse pecado? Como poderia ele pecar, se não houvesse lei? E como poderia haver lei, a não ser que houvesse castigo?”
“Ora, um castigo foi fixado e foi dada uma lei justa que trouxe o remorso de consciência ao homem. Ora, se não tivesse sido dada uma lei—que, se um homem assassinasse, deveria morrer—teria ele medo de morrer, se assassinasse?”
“E também, se não tivesse sido dada lei alguma contra o pecado, os homens não teriam medo de pecar. E se não tivesse sido dada a lei, que poderia a justiça ou mesmo a misericórdia fazer se os homens pecassem, uma vez que não teriam direito sobre a criatura?”
“Mas foi dada uma lei e fixado um castigo e concedido um arrependimento, arrependimento esse que é reclamado pela misericórdia; do contrário, a justiça reclama a criatura e executa a lei e a lei inflige o castigo; e se assim não fosse, as obras da justiça seriam destruídas e Deus deixaria de ser Deus.”
“Deus, porém, não deixa de ser Deus e a misericórdia reclama o penitente; e a misericórdia advém em virtude da expiação: e a expiação efetua a ressurreição dos mortos: e a ressurreição dos mortos devolve os homens à presença de Deus; e assim são restituídos a sua presença para serem julgados de acordo com suas obras, segundo a lei e a justiça.”
“Pois eis que a justiça exerce todos os seus direitos e a misericórdia também reclama tudo quanto lhe pertence; e assim ninguém, a não ser o verdadeiro penitente, é salvo.”
“Acaso supões que a misericórdia possa roubar a justiça? Afirmo-te que não; de modo algum. Se assim fosse, Deus deixaria de ser Deus. E assim Deus realiza seus grandes e eternos propósitos, que foram preparados desde a fundação do mundo. E assim ocorre a salvação e a redenção dos homens e também sua destruição e miséria.” (Alma 42:11-26)
Em resumo pode-se afirmar que a Misericórdia advinda da expiação tem efeito para os que se arrependem.
A Graça de Cristo é o poder capacitador que advém da Expiação. Porque todos pecamos a graça de Cristo compensa nossas falhas, faltas e incapacidades. Somos salvos pela graça (2 Néfi 10:24, Atos 15:11), mas somente depois de tudo que pudermos fazer (2 Néfi 25:23).

A Expiação é o elemento essencial para salvação e exaltação de toda criação.
A Expiação abençoa a toda criação. Mesmo os que se tornarem filhos da perdição nesta vida, terão, após este estado, um corpo ressurreto graças à expiação. Todos os animais e todos os elementos desta Terra serão ressurretos e glorificados graças ao sacrifício de Cristo (Moisés 7:48, 58-61). A expiação salva e exalta tudo e todos, exceto os da Perdição (D&C 76:43):
“A tua misericórdia, Senhor está nos céus, e a tua fidelidade chega até as mais excelsas nuvens. A tua justiça é como as grandes montanhas; e os teus juízos são um grande abismo [ali caem os que praticam a iniqüidade; cairão, e não se poderão levantar]. Senhor tu conservas os homens e os animais” (Salmos 36:5-6, 12).

A Expiação concederá um julgamento final aos filhos de Deus (Alma 41:2-3; 3 Néfi 27:14)
A expiação também salvará e exaltará os homens que morrerão crianças ou não tiveram conhecimento da verdade durante a mortalidade, mas aceitariam o evangelho (Mosias 3:16, 21; Morôni 8:10; D&C 137:7-10).
A Expiação poderá exaltar os outros homens (isto é, todos os que não morrem como criancinhas) se as condições da misericórdia forem satisfeitas. Elas são apresentadas por Jacó ao falar de Cristo:
“E ele vem ao mundo para salvar todos os homens, se eles derem ouvidos a sua voz; pois eis que ele sofre as dores dos homens, sim, as dores de toda criatura vivente, tanto homens como mulheres e crianças, que pertencem à família de Adão.”
“E ele sofre isto para que todos os homens ressuscitem, para que todos compareçam diante dele no grande dia do julgamento. E ordena a todos os homens que se arrependam e sejam batizados em seu nome, tendo perfeita fé no Santo de Israel, pois do contrário não poderão ser salvos no reino de Deus. E se não se arrependerem, não acreditarem em seu nome, não forem batizados em seu nome nem perseverarem até o fim, serão condenados, pois o Senhor Deus, o Santo de Israel, disse-o” (2 Néfi 9:21-24, itálicos adicionados).
Os requisitos são claros: “E nada que seja imundo pode entrar em seu reino; portanto nada entra em seu descanso, a não ser aqueles que tenham lavado suas vestes em meu sangue, por causa de sua fé e do arrependimento de todos os seus pecados e de sua fidelidade até o fim. Ora, este é o mandamento: Arrependei-vos todos vós, confins da Terra; vinde a mim e sede batizados em meu nome, a fim de que sejais santificados, recebendo o Espírito Santo, para comparecerdes sem mancha perante mim no último dia” (3 Néfi 27: 19-20).
Mais simples e claro ainda são as palavras do Salvador na ocasião em que se apresentou aos nefitas pela primeira vez: “E os que crerem em mim e forem batizados, esses serão salvos; e eles são os que herdarão o reino de Deus. E os que não crerem em mim e não forem batizados, serão condenados” (3 Néfi 11:33-34).

Eu sei que isso é verdade.

CONVITES: PRECISAMOS CONHECER TUDO SOBRE OS CONVÊNIOS ENTRE DEUS E O HOMEM PARA OS ACEITARMOS?

3 de mai. de 2010

Os dinossauros existiram? Qual a posição das doutrinas do evangelho restaurado com relação aos dinossauros?

Adoro dinossauros. Dês de pequeno me maravilho com essas criaturas fantásticas. Se eu fosse criar um mundo colocaria terópodes em vez de felinos e saurópodes em vez de elefantes, rinocerontes e cavalos. Em minha imaginação, meu mundo seria repleto de dinossauros – dos mais variados: grandes e pequenos, rápidos e lentos. Mas essa minha idéia me sobrevém pelas influencias mitológicas e cinematográficas da infância. Só dei essa introdução pessoal para dizer que gosto muito desses extintos animais dês de pequeno.


Tenho comprado muito livros, visto vários filmes e documentários e desenhado milhares de vezes os dinossauros. Paralelamente aos anos em que meu desejo paleontológico crescia, meu testemunho das Verdades do Evangelho florescia com intensidade. O conflito ocorreu naturalmente quando eu tinha doze ou trezes anos: se os dinossauros existiram, onde se encaixavam no plano de salvação?
Claro que os dinossauros viveram. Apesar de alguns recusarem a obviedade de sua existência – não há como se negar a realidade de que viveram – pois há milhares de fósseis desses animais já descobertos em todo o mundo. A pergunta que eu tinha em mente pode ser a de muitos santos dos últimos dias. Por isso quero compartilhar algumas das verdades que me foram reveladas na busca dessa questão.
A primeira coisa que aconteceu comigo, quando esse conflito entre as verdades do evangelho veio foi ter que decidir o que era mais importante. Felizmente fiz a escolha certa. Disse aos pensamentos céticos que ficassem calados, pois eles não me traziam alegria. Quanto aos pensamentos de testemunho e fé eu me agarrava a eles, com a convicção de que fé não é ter um perfeito conhecimento das coisas (Alma 32:21). Ao posicionar as prioridades de conhecimento – colocando o reino de Deus e a verdade acima de tudo e todos, permiti que a dúvida se tornasse um pergunta. Ora a dúvida não vem de Deus, e sempre destrói a fé (3 Néfi 8:4, D&C 60:7). Mas as perguntas são boas (1 Néfi 15:3). Elas demonstram a Deus que desejamos aprender. De fato, por meio de perguntas os profetas têm grandes visões e revelações (D&C 9:8, D&C 77:1, JSH 1:18). Foi uma pergunta que fez com que Joseph restaurasse o evangelho. A dúvida e hesitação fizeram com que grandes homens tropeçassem e recuassem (3 Néfi 2:1, D&C 58:29), perdendo assim a recompensa de prosseguir com fé.
Com a pergunta em mente, continuei a viver, guardando os mandamentos de Deus. Não fiquei ocioso sobre a questão. Mergulhei com profundidade nas teorias cientificas e nas doutrinas do evangelho. Olhando para trás, vejo que os dinossauros acabaram por me conceder um gosto maior pelo estudo constante e diligente do evangelho. Também aprendi na mocidade a buscar aprender de homens sábios. Como eu estava curioso buscava aprender por todos os meios possíveis. Perguntei a vários líderes da Igreja sobre o assunto. Infelizmente alguns deles, em vez de dizerem simplesmente que não sabiam sobre a questão, desejaram explicar coisas que não entendiam e causaram-me mais confusão. Todavia, o Senhor me ajudou. Por exemplo, um certo líder me disse que acreditava que os dinossauros morreram na época do dilúvio. Mas logo recusei tal teoria, porque os dinossauros são animais – e Noé colocou todo animal, inclusive todo réptil que se movia sobre a Terra na arca. A explicação desse líder era de que os dinossauros eram muito grandes, e por isso não cabiam na arca. Mas ele se equivocou, pois existiram dinossauros pequenos, do tamanho de coelhos e galinhas. Além disso, os fósseis datam de um tempo muito mais remoto do que do dilúvio. Os gigantes mencionados em Gênesis não são dinossauros, são pessoas – grandes como Golias (Gênesis 6:4, Números 13:33, I Samuel 17:4, Moisés 8:18).

Sendo que eu não encontrava nada coerente na literatura do evangelho e nas conversas com membros da Igreja, decidi escrever para Primeira Presidência da Igreja. Eu o fiz. A carta era bem grande. Além das questões sobre dinossauros, perguntava sobre outras coisas como, por exemplo, se devia, ou podia, estudar paleontologia. Depois de várias semanas a resposta chegou. Abri com ansiosidade o envelope da primeira presidência e vi, que a carta-resposta consistia numa única página. O élder F. Michael Watson, que na época era secretário da Primeira Presidência (e hoje é do primeiro Quorum dos Setentas) disse que os irmãos haviam lido minha correspondência e solicitado que eu fosse respondido com amor. A carta dizia que “o Senhor não revelou a conexão dos dinossauros com o Plano de Salvação (...) Quanto à decisão se você deve ou não estudar paleontologia é algo que você irá decidir junto com o Senhor.”
Fiquei grato pela resposta. Mesmo que a resposta fora “não sabemos”. Minha pergunta se calou. Muitas outras perguntas vieram em decorrência da primeira. Algumas consegui uma resposta após buscar diligentemente. Outras ainda se encontram arquivadas em minha mente, esperando uma resposta, que EU SEI QUE VIRÁ quando eu estiver preparado.(D&C 19:22, 132:45)  Aprendi que alguns assuntos são mais importantes que outros (Lucas 10:38-42). Alguns membros da Igreja dizem que “isso não é importante para nossa salvação” e por isso deve ser deixado de lado. Concordo que algumas coisas devem ser deixados de lado em face de outras mais importantes. Todavia, todo conhecimento é benéfico (D&C 88:79, 118), e não acho que minha busca tenha sido vã. De fato, aprendi princípios importantes que eu não creio que aprenderia de outra forma.
Mais tarde o Senhor me mostrou muito mais a respeito dos dinossauros. Élder Talmage, um apóstolo, que escreveu “Jesus, o Cristo”, era geólogo e estudava as rochas e os fósseis. Utah é um dos lugares onde há mais fósseis de dinossauros no mundo – lá se encontra o “Monumento Nacional do Dinossauro”. Neste Estado morava Élder Talmage. Ele disse: Os animais fossilizados – que incluem os dinossauros “viveram e morreram, de era em era, enquanto a Terra ainda não estava pronta para o homem ser colocado nela.” (Tradução livre de “Questions and Answers,” Tambuli, Apr 1988, 29–32; http://www.lds.org/ldsorg/v/index.jsp?vgnextoid=f318118dd536c010VgnVCM1000004d82620aRCRD&locale=0&sourceId=f2418b5c1dbdb010VgnVCM1000004d82620a____&hideNav=1).
Li, certo dia, em Doutrina e Convênios 101:32-34:
“Sim, em verdade vos digo: No dia em que o Senhor vier, ele revelará todas as coisas— Coisas passadas e coisas ocultas que nenhum homem conheceu, coisas da Terra pelas quais foi feita e seu propósito e seu fim— Coisas muito preciosas, coisas que estão no alto e coisas que estão em baixo, coisas que estão dentro da terra e sobre a terra e nos céus.” Quando li “coisas que estão dentro da Terra” foi como se lesse “fósseis”. Aprendi, pois o Espírito me confirmou, que o conhecimento que busco será revelado plenamente no milênio, e não agora. Reconheci, então, que por amor e justiça não sabemos todas as coisas. Se entendêssemos tudo isso seria uma prova de que alguém finito e mortal, como nós, criou tudo. E se Deus nos dissesse tudo o que quiséssemos isso seria para nós maldição em vez de bênção (Jacó 4:14), pois não podemos suportar todas as coisas (D&C 50:40, 78:18).
Os fósseis são uma evidencia de que Deus vive. Ele preparou todas as coisas para que viéssemos a Terra, fôssemos provados e voltássemos a presença Dele (1 Néfi 10:18). Os fósseis representam a oportunidade dos homens reconhecerem que não sabem nada, exercerem fé em Cristo e se santificarem a fim de aprenderem mais. Uma das teorias mais aceitas é que os restos sedimentares de animas (como os dinossauros) e plantas sob certas condições peculiares se transformam em petróleo debaixo da terra. Se for assim, o Senhor, sabendo que usaríamos tanto essa substancia em nossa época permitiu que os fósseis permanecessem embaixo da Terra para, no certo tempo, desfrutarmos do petróleo – tão essencial em nossos dias.

Os dinossauros viveram. São criação de Deus. Eles foram extintos. Isso não esta em desacordo com o evangelho, pois Deus extingue os animais (Isaías 50:2, D&C 133:68). Eles ressuscitarão, pois o sacrifício de Cristo foi para toda Criação (D&C 76:43). Aprenderemos mais sobre eles no devido tempo do Senhor. Os estudos de geologia, paleontologia e arqueologia que nada tem haver com o evangelho devem ser recusados se combaterem a fé (II Timotéo 2:23, Tito 3:9). Teorias que colocam dúvidas sobre a verdade do evangelho devem ser questionadas, e não questionar as verdades fundamentais do Plano. Ter perguntas em mente é bom e saudável para nosso crescimento e progresso. O teste da fé é essencial nesse Estado mortal.
Não expus mais, mas pretendo fazê-lo no futuro. Pretendo esclarecer sobre a teoria da evolução. Evidentemente os dinossauros não se encaixam somente no contexto da teoria da evolução de Darwin.
Como santos dos últimos dias podemos olhar os dinossauros como criações de Deus, sem especular onde Deus decidiu não revelar. Estudos sérios devem ser sempre apoiados, mas nenhum estudo comprovará a falsidade das verdades do evangelho. Eu sei que isso é verdade.

2 de mai. de 2010

Busca, Arbítrio e Justiça de Deus

Todos os homens buscam alegria. A procura da felicidade é um anseio fundamental, uma premissa vital de todos os homens em todos os lugares: “Adão caiu para que os homens existissem e os homens existem para que tenham alegria” (2 Néfi 2:25). Existimos – e isso é um fato inquestionável. Procuramos felicidade – e isso é um fato intrínseco a própria existência. Nós vivemos buscando felicidade: isso nos motiva a viver. Achar alegria infinita é o propósito da existência.


Deixando de lado a filosofia de homens – que desprezo por serem tão insuficiente quanto um sedento que sonha que bebe, mas acorda e esta ainda com sede (2 Néfi 27:3) – usarei da verdade para provar a importância de minhas palavras.

A verdade e liberdade.
A verdade é o conhecimento das coisas como foram, como são e como serão (Jacó 4:13, D&C 93:24). A verdade é Cristo (Enos 1:26, Alma 5:48, João 1:17). A verdade nos liberta (João 8:32): Cristo nos liberta! (João 8:36; 2 Néfi 9:19, 25- 26) O conhecimento da verdade (conhecimento de Cristo – de sua obra e glória), e aplicação desse conhecimento –que é sabedoria – é o que leva o homem a ter vida eterna, felicidade eterna (2 Néfi 2:27-28; D&C 42:61).

Todos nós buscamos liberdade e verdade – pois elas nos conduzem a alegria, a Deus. O propósito de vivermos e de toda criação é proporcionar alegria a Deus e a seus filhos (Moisés 1:39).

A verdade se encontra explicita nas escrituras sagradas (Helamã 15:7; 2 Timóteo 3:15-17). Elas serão a base para esse estudo. As escrituras falam de Cristo (João 5:39), regozijam-se em Cristo, pregam a Cristo e profetizam de Cristo; elas foram escritas para que procuremos a remissão de nossos pecados (2 Néfi 25:26). “E a remissão de pecados trás mansidão; e a mansidão e a humildade resultam na presença do Espírito Santo, o Consolador, que nos enche de esperança e perfeito amor, amor que se conserva pela diligência na oração até que venha o fim, quando todos os santos habitarão com Deus” (Morôni 8:26).

Habitar com Deus, como já expliquei, é ter infinita felicidade (Mosias 2:41). Essa alegria vem pelo viver digno (D&C 51:19). Ensinou o Salvador: “Se guardardes meus mandamentos, permanecereis no meu amor (...). tenho-vos dito isso para que minha alegria permaneça em vós, e vossa alegria seja completa.” (João 15:10-11)

Eis o maior axioma: o propósito da vida é usar o arbítrio o qual fomos investidos para escolhermos ter alegria. O arbítrio é a faculdade, vontade e o poder de escolher, ou “a habilidade e privilégio que Deus nos concede de escolhermos e agirmos por nós mesmos” (Arbítrio, GEE).


Justiça de Deus.

A Justiça de Deus é o conjunto de leis eternas que Deus segue . Essa Justiça estabeleceu as condições do arbítrio, e as sanções para as comissões e omissões dos seres que agem (1 Néfi 15:30, 2 Néfi 9:26, D&C 107:84, Romanos1:16-18, 28 e 32). A Justiça de Deus não pode ser negada, ela sempre existirá: “Se disserdes que não há lei, direis também que não há pecado. E se disserdes que não há pecado, direis também que não há retidão. E não havendo retidão, não há felicidade. E não havendo retidão, nem felicidade, não haverá castigo nem miséria. E se essas coisas não existem, não existe Deus. E se não existe Deus nós também não existimos nem a Terra; pois não poderia ter havido criação nem para agir nem para receber a ação; portanto todas as coisas inevitavelmente teriam desaparecido.” (2 Néfi 2:13). O profeta testificou ainda: “E agora, meus filhos, digo-vos estas poucas coisas para vosso proveito e instrução; pois existe um Deus e ele criou todas as coisas, tanto os céus como a Terra e tudo que neles há, tanto as coisas que agem como as que recebem a ação.” (2 Néfi 2:14)

Há duas grandes divisões na eternidade: coisas que agem e coisas que recebem a ação. As que agem são os filhos de Deus, e as que recebem a ação são as demais inteligências ou criações. No principio todos os filhos de Deus eram iguais, ou se achavam no mesmo nível de espiritualidade (Alma 13:5). Contudo com a dádiva do arbítrio permitiu-se o progresso, a felicidade e a retidão. Também se abriu caminho para a estagnação, infelicidade e pecado (Alma 42:16). Isso pôde acontecer por que Deus estabeleceu leis.

Sem leis não há ordem, e Deus é um Deus de ordem (D&C 132:8). Aplicando as palavras de uma revelação, que fala da organização do sacerdócio, para o contexto que estamos abordando: “ninguém estará isento da justiça e das leis de Deus, para que todas as coisas sejam feitas em ordem e com solenidade perante ele, de acordo com a verdade e justiça” (D&C 107:84).

A Justiça de Deus é o ordenamento de todas as coisas visíveis e invisíveis. As escrituras revelam que se Deus negar sua justiça, Deus deixa de ser Deus (Alma 42:13, 22). Por isso a obediência é a primeira, ou seja, o mais importante princípio dos céus: “Há uma lei, irrevogavelmente decretada nos céus, antes da fundação do mundo, na qual todas as bênçãos se baseiam – e quando recebemos uma bênção de Deus, é por obediência à lei na qual ela se baseia” (D&C 130:20-21).

Se hierarquizássemos as leis da Justiça Divina as mais importantes seriam os princípios. Os princípios são verdades fundamentais e simples que “incluem doutrinas, mandamentos, ordenanças e preceitos” (Manual do Casamento Eterno, pg. IX – prefácio). Os princípios são imutáveis e se aplicam as mais diversas situações. Eles sempre serão válidos.

Aqueles que obedecem às leis e princípios são abençoados, aqueles que não obedecem são amaldiçoados. Essa obediência ou desobediência só é possível por que possuímos o arbítrio (D&C 104: 42, Alma 3:18-19; Deuteronômios 11:26-29).

Brigham Young disse:“As leis eternas pelas quais o Senhor e todos os outros existem nas eternidades dos Deuses decretaram que se deve conseguir o consentimento de todas as criaturas para que o Senhor possa governar perfeitamente.” (DBY, pg. 65) As coisas que recebem a ação ou as criações que não são filhos de Deus, obedecem ao Senhor por que Ele é Deus – e vive toda a lei.

Percebemos que, no relato da Criação do mundo, os deuses ordenaram aos elementos e eles se organizaram (Abraão 4). “E os Deuses vigiaram aquelas coisas que eles haviam ordenado, até elas obedecerem” (Abraão 4:18, itálicos adicionados).

Torna-se evidente que as inteligências possuem arbítrio. Ainda que esse arbítrio não seja o mesmo que os filhos de Deus, pois há coisas que agem e outras que recebem a ação (2 Néfi 214) . O pó da Terra sempre obedece à voz de seu Criador (Mosias 2:25; Helamã 12:7-8). As seguintes escrituras sugerem o arbítrio de todas as criações:

“Toda verdade é independente para agir por si mesma na esfera em que Deus a colocou, como também toda inteligência; caso contrário, não há existência” (D&C 93:30). Essa escritura mostra que a existência é intimamente ligada ao arbítrio.

“E também, em verdade vos digo que a Terra vive a lei de um reino celestial, porque cumpre o propósito de sua criação e não transgride a lei” (D&C 88:25). Ora, se a Terra obedece é porque tem capacidade de obedecer.

“E havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal. E no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante e por detrás” (Apocalipse 4:6). Joseph Smith recebeu mais luz sobre esse assunto em Doutrina e Convênios 77:2-4 (itálicos adicionados):

“[Pergunta:] O que devemos entender pelos quatro animais mencionados no mesmo versículo? [Resposta:] São expressões figurativas empregadas por João, o Revelador, para descrever o céu, o paraíso de Deus, a felicidade do homem e dos animais e dos répteis e das aves do ar; o que é espiritual sendo à semelhança daquilo que é material; e aquilo que é material, à semelhança do que é espiritual; o espírito do homem à semelhança de sua pessoa, como também o espírito do animal e de todas as outras criaturas que Deus criou.”

“[Pergunta:] Os quatro animais limitam-se aos próprios animais ou representam classes ou ordens? [Resposta:] Limitam-se a quatro animais, individualmente, os quais foram mostrados a João para representar a glória das classes dos seres na ordem ou esfera de criação que lhes foi destinada, no gozo de sua felicidade eterna.”

“[Pergunta:] O que devemos entender pelos olhos e asas dos animais? [Resposta:] Seus olhos representam luz e conhecimento, isto é, eles são cheios de conhecimento; e suas asas representam poder para mover-se, para agir, etc.”

Os animais, em sua esfera, são cheios de conhecimento e são capazes de agir. Assim como as demais inteligências.

“A todos os reinos se deu uma lei. E há muitos reinos; pois não existe espaço em que não haja reino; e não existe reino em que não haja espaço, seja um reino maior ou um reino menor. E a todo reino é dada uma lei; e toda lei também tem certos limites e condições” (D&C 88:36-38). O universo, ou melhor, a obra de Deus é muito maior do que pensamos. As eternas leis e os diversos reinos (que podemos entender como as diversas dimensões, condições ou esferas) possuem seres inteligentes que possuem leis maiores ou menores e são capazes de reconhecê-las e obedecê-las.

Não entraremos mais no mérito do arbítrio de todas as inteligências, pela simples razão de que Deus decidiu não revelar muito sobre esse assunto. Usaremos a classificação de Leí dizendo que há coisas que agem (Deus e seus filhos) e outras que recebem a ação das coisas que agem (são as demais inteligências). Nada diremos sobre a possibilidade de desobediência de uma inteligência que não seja um filho espiritual de Deus, nem especularemos sobre se é possível Deus deixar de ser Deus – não mais do que dizem as escrituras. O pó sempre obedece a Deus, porque Deus sempre honra sua posição (Abraão 3:18-19; Moisés 7:48-49, 56, 58, 61-62; Helamã 12:6-21; Mórmon 9:19; 2 Néfi 2:13-14; Alma 42:13-, 22-23, 25, 30).

Arbítrio.
Aqueles que possuem arbítrio são agentes, pois agem: tomam decisões. Falamos aqui dos filhos de Deus.

As condições para a existência do arbítrio são: (1) todos (os agentes) podem escolher: investidura de capacidade para decidir (inteligência ou luz e verdade reveladas); (2) só um lado (de dois) pode ser escolhido: há opostos e há incapacidade de escolha simultânea entre eles; (3) todos devem e querem escolher, e neutralidade é uma escolha; (4) toda escolha gera conseqüências, toda ação corresponde a uma reação; (5) impossibilidade de alterar as conseqüências da escolha: o efeito irremediável; (6) há escolhas de pouca relevância e triviais, mas ainda assim geram conseqüências – escolha entre o bom e o bom ou entre o mau e o mau; (7) As conseqüências afetam o resultado final: levando a alegria eterna ou tristeza eterna – responsabilidade do agente pelo fim; (8) e por mais que haja pressão de se fazer escolhas há responsabilidade advinda da investidura – ninguém pode coagir alguém em última instância a agir: inexistência de compulsão.

Um rápido vislumbre sobre as condições de existência do dom do arbítrio mostrarão os aspectos mais importantes do Plano de Salvação de Deus.

1- Todos podem escolher: Todos os filhos de Deus são investidos com o arbítrio. Esse privilégio foi-lhes dado antes de nascerem nessa Terra, e viverem na mortalidade. Esse poder de escolha é que possibilita os homens adquirirem conhecimento e crescerem. Sem o arbítrio os filhos gerados por Deus não podem se tornar como Ele, possuindo a Vida Eterna, alegria eterna. Porque sem o poder de decidir não podem obedecer às leis; e sem a obediência a Justiça de Deus não há bênção.

Deus nos criou para que fossemos como Ele. As escrituras revelam que Seu propósito é levar os homens a exaltação. Exaltação é a condição de vida de Deus : Deus é um homem exaltado. Além Dele ser Todo-Poderoso é nosso Pai Celestial e nos ama. Por nós amar deseja concede-nos tudo que tem. Mas só pode fazê-lo, como já foi demonstrado, de acordo com a Divina Justiça.

Por essa simples e grandiosa razão investiu-nos com o arbítrio: para que escolhêssemos o certo para sermos abençoados para sempre.

Deus nós deu o arbítrio em uma ocasião passada, na pré-mortalidade. Esse arbítrio gerou diferenças entre os filhos de Deus, que a principio eram todos iguais – porque uns preferiam luz e verdade e outros não. Alguns progrediram muito, outros, nem tanto. Assim pode Deus escolher os nobres e grandes que nasceriam nessa Terra para serem governantes (Abraão 3:22-23).

Sabendo que as escolhas erradas poderiam ser feitas por seus filhos, Deus providenciou a Misericórdia, para salvar o arbítrio de seus filhos. A Misericórdia vem por meio de Cristo, que foi enviado a Terra para possibilitar que os homens sejam exaltados. Sem Cristo o arbítrio não existiria. Isso é verdade ao entendermos que sem Cristo não haveria opção de redenção, vida e liberdade. Daí a correta conclusão de que a verdade nós libertará. Porque sem Cristo a morte e o inferno exigiriam os filhos de Deus – que falham, pecam, e não tem poder de redimirem-se sozinhos.

A Misericórdia de Deus não pode roubar a Justiça, mas pode satisfazê-la. Um pecador deve pagar por seus erro, diz a Justiça. Não obstante, a misericórdia diz que um pecador não precisa pagar por seu erro se um outro o fizer. Cristo, o mediador, sofreu pelos pecadores, para que não precisassem receber a punição da Justiça. O entendimento da doutrina Justiça e Misericórdia é o ponto chave do plano de redenção. É também a mais importante doutrina para compreender o amor do Pai, a Expiação de Jesus Cristo e a santificação de seus filhos. É sobre essa doutrina que basicamente tratarei no decorrer desse estudo. Por ora, basta saber que Deus nos deu o arbítrio e concedeu meios de sempre desfrutarmos desse dom, por sua misericórdia.

Antes de nascer fizemos escolhas. Nesta vida fazemos escolhas, e se passarmos no teste mortal continuaremos a fazê-las. Não há ninguém, exceto as criancinhas e alguns filhos de Deus excepcionais (que não tem capacidade de discernimento) que não saibam suficiente para escolher. “Pois eis que o Espírito de Cristo é dado a todos os homens, para que eles possam distinguir o bem do mal” (Morôni 7:16). O Espírito de Cristo é a Luz de Cristo – uma influência que parte de Cristo e preenche todo o espaço. Todos os que nascem possuem a luz de Cristo. Uma das manifestações dessa luz é a consciência. Assim todos são responsáveis pelos seus atos.

2- Só um lado (de dois) pode ser escolhido. Há opostos. Sem opostos não há escolha. Deve existir o bem e o mal, a verdade e a mentira, o certo e o errado, o prazer e a dor, a alegria e a tristeza. “Porque é necessário que haja uma oposição em todas as coisas. Se assim não fosse, (...) não haveria retidão nem iniqüidade nem santidade nem miséria nem bem nem mal. Portanto é preciso que todas as coisas sejam compostas em uma; pois se fossem um só corpo, deveriam permanecer como mortas, não tendo vida nem morte, nem corrupção nem incorrupção, nem felicidade nem miséria, nem sensibilidade nem insensibilidade.” (2 Néfi 2:11)

3- Todos devem e querem escolher. Os homens foram colocados em condição de agir: “os homens são livres segundo a carne; e todas as coisas que necessitam lhes são dadas. E são livres para escolher a liberdade e a vida eterna por meio do grande Mediador de todos os homens, ou para escolherem o cativeiro e a morte, de acordo com o cativeiro e o poder do diabo (...)” (2 Néfi 2:27). Ou escolhemos a liberdade e a vida eterna ou o cativeiro e a morte. Não há como não escolher.

Vemos que há dois grandes poderes: o de Deus e o do diabo. Há dois grandes mestres, constantemente nos convidando a segui-los. Não podemos seguir a Deus e ao diabo: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou há de apegar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamon.” (Mateus 6:24). Ou escolhemos um ou outro.

A neutralidade é possível apenas quando não há conhecimento – onde não há lei, não há pecado. “E onde nenhuma lei é dada não há castigo; e onde não há castigo não há condenação; e onde não há condenação as misericórdias do Santo de Israel têm poder sobre eles, por causa da expiação; porque são libertados pelo poder dele.” (2 Néfi 9:25)

Quando há conhecimento não há campo neutro. Ou servimos a Deus ou ao diabo. Mesmo a inércia ou a ociosidade é uma escolha, no caso uma escolha diabólica.

Todos querem escolher. Naturalmente o homem defende e anela por liberdade, prazer e alegria. O elemento “busca” foi adicionado a todos os agentes. Assim como todos são livres, assim também todos buscam liberdade, conhecimento, alegria ou poder. Portanto aspiram escolher.

4- Toda ação corresponde a uma reação. Ao fazermos uma escolha geramos uma conseqüência. Nas palavras de Paulo: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna” (Gálatas 6:7-8).

Uma pessoa que escolhe fumar terá problemas de saúde como conseqüência. Por mais que haja tratamentos médicos destinados a amenizar essas conseqüências, a conseqüência correspondente nunca deixará de existir.

Em outras palavras, uma escolha errada sempre produzirá maldição, e uma escolha certa sempre produzirá bênção. Evidentemente isso esta de acordo com a Justiça de Deus.

Se a misericórdia for levada em consideração, ainda assim as conseqüências do pecado não deixam de existir. Se alguém peca pode não receber a penalidade, por que Cristo, o mediador que concede misericórdia, foi penalizado em seu lugar. Nesse caso, a conseqüência do pecado foi transferida. Essa transferência acorre por causa da Expiação e das leis e ordenanças do evangelho, que serão demonstradas nos próximos capítulos.

Como vivemos juntos – vários seres que agem convivem – as escolhas de uns podem afetar a outros. De fato, as escolhas e conseqüências determinaram o tipo de mundo que vivemos e que viveremos.

Como vivemos num estado preparatório, algumas escolhas não surtirão efeito imediato. Na verdade não há lei que diga que toda ação corresponda a uma instantânea reação. A misericórdia acha espaço nessa brecha e concede um período para transferirmos as conseqüências de nossas más escolhas à Cristo. O tempo, que não existe para Deus, mas é medido pelos homens, é uma terna misericórdia que nos dá chance de escapar das garras da justiça pelas condições do Evangelho.

Por exemplo, um assassino e adúltero pode desfrutar de relativa paz e prosperidade terrena – sem ter que pagar pelos seus pecados enquanto estiverem no caminho – sem sofrer as conseqüências de suas más escolhas. Mas essas conseqüências os alcançarão e todos terão que pagar até o último senine (3 Néfi 12:25-26). Esse pagamento não será apenas por seus delitos, mas por terem recebido bênçãos sem merecerem. Terá um efeito ex tunc (retroativo).

5- O efeito é irremediável. Toda escolha gera conseqüências, e essas atingirão sua medida. É impossível impedir que um pecador seja punido. É impossível negar a um justo que seja abençoado. O trabalhador é digno de seu salário.

As não são conseqüências são impassíveis de mudança, pois elas podem deixar de existir para alguém (pecador) e ser transferidas (por meio das leis e ordenanças do evangelho) a outro (Cristo). Entretanto (os efeitos das escolhas) não deixam de existir – são transportados.

Como foi dito, por estarmos num estado de provação os efeitos das escolhas podem não chegar no tempo que julgamos ser adequados. E também os efeitos negativos, de escolhas alheias podem interferir em algum grau no arbítrio de outros. Por exemplo, um homem que intencionalmente fere outro deixando-o paraplégico, privará esse homem de desfrutar algumas escolhas e conseqüências que teria se não sofresse. Se esse homem ferido fosse um pai de filhos pequenos não poderia mais praticar esportes com eles. Deve-se imediatamente lembrar que por causa da Justiça de Deus e de Sua grande Misericórdia, o homem que sofreu o acidente terá o privilégio de brincar com seus filhos num tempo futuro se for fiel ou ao menos será recompensado por sua dor.

As prováveis interferências no arbítrio – como um homem ser escravizado – fazem parte do Plano de Deus. Catástrofes, adversidades, tribulações, provações de todos os tipos nos compelem a escolher – na verdade, sem as provas de arbítrio seria impossível seu exercício pleno.

Os efeitos de nossas escolhas e de outros, entrelaçadas, possibilitam o progresso e bem-estar, bem como a desgraça e a infelicidade.

6- Há escolhas de pouca relevância e triviais. Escolher uma peça de roupa de cor diferente pode ser uma escolha tão insignificante para um resultado final, como obter a exaltação ou a condenação, que podemos ser tentados a não considerar essa condição do arbítrio. Mas mesmo as escolhas pequenas são relevantes: “Podes supor que isso seja tolice de minha parte; mas eis que te digo que é por coisas pequenas e simples que as grandes são realizadas” (Alma37:6).

A peça de roupa de determinada cor pode ser carregada de um valor superior em relação à outra. Uma mesma peça de roupa pode ser moral ou socialmente bem aceita, enquanto outra, por ser de outra cor pode ser reprovada. Uma escolha pequena pode gerar conforto ou constrangimento.

Além disso, e mais importante, se a peça de roupa for indiscreta, revelando partes intimas os efeitos da escolha da pessoa que a usa serão negativos – gerarão um pecado. Assim uma escolha tão pequena pode gerar um resultado final muito grande: ser para sempre afastada da presença de Deus.

Conclui-se que as escolhas pequenas nem sempre são triviais – muitas vezes são vitais. Escolher pensar em algo pode ser determinante para a exaltação ou condenação: “Lembrai-vos que ter mente carnal e morte e ter mente espiritual é vida eterna” (2 Néfi 9:39).

Em suma há dois tipos de pequenas escolhas: escolhas, que embora diferentes gerem o mesmo resultado, e escolhas pequenas que geram resultados diferentes.

7- Responsabilidade do agente pelo fim: Os efeitos das escolhas são acumulativos, e em dado momento da existência contabilizarão um fim. Há dois resultados principais no fim do estado em que nos encontramos: salvação e condenação. Apesar de existir vários reinos de glória, e vários graus de salvação em cada reino, salvação sem exaltação é condenação – pois todos aqueles que não forem ao mais alto grau, estarão em desvantagem aos que obterem Vidas Eternas (D&C 132:4).

Aqueles que têm o arbítrio são suficientemente responsáveis pelo seu próprio fim, mas não são plenamente responsáveis. Explico. Se formos considerados dignos, por causa do bom uso do arbítrio, seremos salvos – mas não por nós mesmos, e sim “por meio dos méritos e misericórdia e graça” do Salvador Jesus Cristo (2 Néfi 2:8). Cristo dá a misericórdia, sem ela, as conseqüências de nossos erros exigiriam uma condenação proporcional. Mas para aqueles que fazem o que Ele pede, sua graça é suficiente (2 Néfi 25:23).

Vale fixar que Cristo só aplicará plenamente seu sangue expiatório aqueles que perseverarem até o fim. Cristo é quem diz quando é o fim. Isso significa que as conseqüências finais para as más escolhas só poderão deixar de existir quando as exigências da misericórdia estiverem sendo satisfeitas – quando Ele achar que está bom. As exigências para a Misericórdia são claras e simples: fé no Senhor Jesus Cristo, arrependimento, batismo por imersão, dom do Espírito Santo e perseverança até o fim (Alma 11:41). As exceções para o cumprimento desses requisitos são: as criancinhas com menos de oito anos de idade e os mentalmente incapazes.

Um caso deve ser entendido: certo homem, que procurava fazer o bem e cumpria suas obrigações, que Deus o tinha por justo e santo, acidentalmente matou uma pessoa. Ele terá que se defender perante as leis dos homens. Supúnhamos que sua defesa não foi convincente, e ele foi preso. O fim para este bom homem é o cativeiro – ele é responsável por esse fim?

Não. Não há carma, nem destino. Analisemos corretamente, já que nesse exemplo podemos saber mais no que nossos olhos são capazes de enxergar. Percebemos que o homem que matou é inocente a vista de Deus, e mesmo que sofra agravantes injustamente – e que morra na prisão como malfeitor – o seu fim ainda não ocorreu. O fim não vem com a morte. No Julgamento final esse homem receberá seu galardão. As injustiças serão corrigidas e Ele será indenizado pela Misericórdia de Cristo. O mesmo vale para o homem que morreu no exemplo – ele ainda será responsável pelo fim, mesmo que algumas oportunidades foram-lhe negadas pelo acidente. Todos são responsáveis pelo fim, independentemente de quem sejam e do que fazem e das pressões e circunstâncias esperadas ou não.

8- Ninguém pode coagir alguém em última instância a agir.

Um caso extremo: um assaltante aponta a arma para a cabeça de um individuo. A lei dos homens dirá, que o assaltante esta compelindo a vitima a fazer o que ele ordenar (sair de um carro, efetuar um saque em dinheiro, assinar um contrato, etc.). Mas no fundo não há verdadeira coação. O homem tem escolha: obedecer ao assaltante ou não. Se ele recusar o assaltante morrerá.

O exemplo de três virgens martirizadas, mencionadas na Perola de Grande Valor, que se recusaram a negar o verdadeiro Deus, mostra que nem a ameaça de morte as obrigou a fazer uma escolha (Abraão 1:11-12).

Mesmo que as circunstâncias sejam tais que digamos que não tínhamos escolha – sempre, neste estado terreno, temos escolhas.

É verdade que um viciado em drogas tenderá a agir de determinada maneira a manter seu vicio. Mas se ele escolher parar com aquilo poderá parar. E quando for curado, por Cristo, mesmo que haja pressão social ou diabólica para que volte a usar drogas poderá não escolher fazê-lo.

Há correntes filosóficas, morais e religiosas que defendem que não há arbítrio e outras que dizem que alguns dos pontos apresentados aqui não são verdadeiros. Sinceramente eu desprezo seus argumentos.

As escrituras revelam que temos o arbítrio e que viemos a essa Terra fazer escolhas e que ninguém esta previamente destinado a se tornar um Deus ou um diabo. Embora existam diferentes pontos de vista, e as tendências e mutações devam ser levadas em consideração quando falamos em decisões, creio que delineei os aspectos mais importantes sobre a realidade do poder de escolha que cada um de nós desfruta.

Não preciso provar, mais do que já expus, que as afirmações acima são verdadeiras. Eu poderia recorrer a mais exemplos e me aprofundar mais no tema, mas esse não é o objetivo desse estudo. Cada leitor poderá fazer tal julgamento por si mesmo.