29 de dez. de 2010

Vida pré-mortal: Eternidade e Inteligências

Não começamos a existir com o nascimento. E também não terminaremos a vida com a morte. O Senhor explicou isso a Abraão: “[os espíritos] não tiveram princípio; eles existiam antes, eles não terão fim, eles existirão depois, pois são gnolaum, ou seja, eternos” (Abraão 3:18).

O profeta Joseph Smith representou a eternidade dos espíritos de maneira brilhante: “Tiro meu anel do dedo e o comparo à mente do homem: a parte imortal, porque não tem princípio. Suponham que o cortemos em dois; então ele passa a ter um princípio e um fim; mas se os unirmos de novo ele volta a ser um círculo eterno. O mesmo acontece com o espírito do homem. Tal como vive o Senhor, se ele tivesse um princípio, teria um fim. Todos os homens tolos, instruídos e sábios desde o princípio da criação que dizem que o espírito do homem teve um princípio provam que ele deve ter um fim; e se essa doutrina é verdadeira, então a doutrina da aniquilação também seria verdadeira. (...) Todas as mentes e espíritos que Deus enviou ao mundo são capazes de progredir. Os primeiros princípios do homem são auto-existentes com Deus” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja – Joseph Smith, capítulo 17 – “O Grande plano de Salvação”, pg. 219).
Quando as escrituras falam “no princípio” ou “antes da fundação do mundo” ou mesmo “fundação do mundo” estão referindo-se a vida pré-mortal. Muitos eventos sumamente importantes aconteceram naquele primeiro estado.
Sabemos que éramos inteligências e que fomos gerados por Deus, ganhando um corpo espiritual. Devo ser cuidadoso agora para explicar claramente essa frase: “éramos inteligências...” Primeiro por que muitos têm especulado sobre o assunto criando mais confusão do que entendimento. Quando falo Inteligência não estou falando, obvio, somente de capacidade intelectual. Estou falando da luz e verdade de Deus (D&C 93:29). Nas escrituras há três significados mais relevantes para o termo inteligência: (1) a luz de Cristo – que dá vida a todas as cosias; (2) os filhos espirituais de Deus; (3) “elemento-espírito espírito que existia antes de sermos gerados como filhos espirituais” (GEE “Inteligência(s)”).
Para ser franco, mesmo com todas as escrituras que temos disponíveis pouco nos foi revelado do que realmente consistem as inteligências no terceiro sentido apontado acima. Eu e você somos inteligências. Os animais do campo e as árvores também são inteligências. Essa Terra e tudo que nela há são inteligências. Todos éramos um elemento-espírito antes de ganharmos um corpo espiritual. Ainda somos todos inteligências por sermos eternos e termos direito a luz de Cristo.
O Senhor reina sobre todas as inteligências (Abraão 3:21). E as inteligências não podem ser criadas nem feitas (D&C 93:29). Em sua esfera (isto é, dentro de certos parâmetros ou limites) toda inteligência é independente para agir, pois sem isso não há existência (D&C 93:30). Sobre isso o profeta Joseph Smith ensinou mais: “(...) Posso proclamar com destemor do alto dos telhados que Deus nunca teve de maneira alguma o poder para criar o espírito do homem. O próprio Deus não poderia criar a Si mesmo. A inteligência é eterna e baseia-se em um princípio auto-existente. É um espírito de era em era, e não houve uma criação envolvida. (...) O próprio Deus, vendo que estava em meio a espíritos e glória, porque era mais inteligente, considerou adequado instituir leis por meio das quais eles poderiam ter o privilégio de progredir como Ele próprio. O relacionamento que temos com Deus nos coloca em condições de avançar em conhecimento. Ele tem poder para instituir leis para instruir as inteligências mais fracas, para que possam ser exaltadas com Ele mesmo, de modo a terem glória sobre glória e todo o conhecimento, poder, glória e inteligência exigidos para salvá-las (...).”
Inteligência é luz e verdade – essa é a definição das escrituras (D&C 93:29, 36). Verdade é o conhecimento do que foi, do que é e do que será. Luz é a energia, poder ou influência divina (GEE “Luz, Luz de Cristo”). Quanto mais luz e verdade obtemos mais inteligentes ficamos. A Glória de Deus é inteligência (D&C 93: 36). Glória é quantum de luz e verdade: quanto mais glória, mais inteligência há. Deus é cheio de glória – é cheio de luz e verdade. De fato, Ele é o mais inteligente entre todas as inteligências (Abraão 3:19). Ele conhece todas as coisas e tem todo poder (2 Néfi 2:24, D&C 19:3). Quanto mais nos aproximamos de Deus mais luz e verdade recebemos, mais inteligentes nos tornamos.
Neste ponto, alguns poderiam se perguntar: se Deus tem todo poder, como o Profeta Joseph Smith ensinou que Deus não pode “criar” inteligências – não seria essa uma contradição?
Tratarei do assunto dos atributos de Deus no futuro. Entretanto tanto para a resposta que darei, quanto para o assunto das inteligências quanto para vários outros temas que o Senhor, em sabedoria decidiu não nos revelar completamente, advirto: somos, enquanto na mortalidade, seres finitos e não podemos compreender o infinito a menos que nossos olhos sejam abertos – como dos antigos profetas. De fato, se entendêssemos tudo na condição frágil que estamos isso seria uma prova que Deus é frágil como nós.

26 de dez. de 2010

O MAIS IMPORTANTE CONHECIMENTO

Já vou dizendo logo qual é o mais importante conhecimento que alguém pode obter: é o conhecimento de que se é um filho de Deus. Vou explicar porque esse é o conhecimento mais importante, no que ele consiste, como obter tal certeza e, finalmente, quais os frutos desse entendimento. Porém, antes nesta postagem, preciso esclarecer o significado de conhecimento.
Conhecimento não é sinônimo de informação, embora informação seja uma parte importante do conhecimento. Saber de uma coisa não significa necessariamente conhecê-la. Pode ser que seja assim nas interações seculares. Por exemplo, alguém pode dizer que conhece a Bíblia tão somente porque a leu. Talvez essa pessoa até tenha estudado com cautela e dedicação a Bíblia. Mas isso não significa que conheça a Bíblia. Informar-se, cientificar-se, inteirar-se e identificar-se é apenas um dos componente do verdadeiro conhecimento.
Veja bem, eu não quero ser confuso. Nem quero criar uma sistematização complicada e dificultosa. Pelo contrário, apenas quero esclarecer o que vem a ser verdadeiramente conhecimento.

Quero mostrar uma escritura. Eis ela: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3). Essa passagem diz que aqueles que conhecerem a Deus e a Jesus Cristo terão vida eterna. Vida Eterna é o maior dom de Deus e significa viver com Deus e ser como Ele (GEE “Vida Eterna”). Pois bem, o diabo reconhece muito bem a existência de Deus. De fato, nós, mortais, que vivemos debaixo do véu não lembramos de Deus, e a maioria de nós não o viu e nem o verá enquanto na mortalidade. Daí porque dizemos que vivemos pela fé, e não pela visão (I Coríntios 13:12, II Coríntios 5:7). E também que a fé não é um perfeito conhecimento (Alma 32:21, 26). O diabo não nasceu, nem nascerá – não ganhará um corpo físico – por isso nunca passou e nem passará pelo véu do esquecimento. Ele não precisa da fé para saber que Deus é real.
O Bispo de Jerusalém escreveu a Igreja de sua época: “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem” (Tiago 2:19). Crer nesta escritura se refere a reconhecer. Os demônios conhecem Deus e seu plano? Sim e não. Eles até podem recitar escrituras, e o fazem – para enganar as pessoas (Mateus 4:6); e estou certo que eles conhecem as escrituras muito mais do que muito de nós; todavia eles não têm vida eterna, e nem a terão (D&C 76:28-38): falta-lhes verdadeiro e puro conhecimento! Ou seja: eles têm apenas parte do conhecimento.
Já que conhecimento não pode apenas ser informação ou reconhecimento de um fato, devemos ir avante e interpretar melhor o que vem a ser.
Nas escrituras aprendemos que o conhecimento puro expande a alma (D&C 121:42), o que para mim significa uma transformação no coração, um despertar de um profundo sono, um despertar para Deus, ser iluminado pela luz da palavra eterna, sentir e saber que foram rompidas as ligaduras da morte (Alma 5:7-10). Verificando essas escrituras vemos que “o coração do entendido adquire conhecimento; e o ouvido dos sábios busca conhecimento” (Provérbios 18:15), e que, conseqüentemente, conhecimento é tanto uma cientificação na mente quanto um sentimento ou impressão no coração. Coração é símbolo da vontade e disposição do homem (“Coração” GEE). Coração, portanto, significa não só emoção, mas desejo. E os desejos comumente levam-nos a ação. Conhecimento também é ação. É por isso que Jeremias, mesmo cansado de pregar a um povo iníquo não podia cessar de clamar-lhes arrependimento. Ele tinha um conhecimento tão grande que era como fogo encerrado em seus ossos, e mesmo fatigado de sofrer ainda continuava exortando (Jeremias 20:9-11). Seu conhecimento não se restringia a saber ou sentir, mas ia além e o levava a agir.
Concluindo: conhecimento é saber, sentir, fazer e tornar-se. O diabo pode até saber que Jesus é o Cristo (Atos 19:15), mas ele não age de acordo com esse conhecimento. Por isso falei que os demônios têm apenas parte do conhecimento.
Uma das minhas citações favoritas é essa: “A doutrina verdadeira, quando compreendida, muda as atitudes e o comportamento. O estudo das doutrinas do evangelho melhorará o comportamento mais rapidamente do que o estudo do comportamento conseguirá fazê-lo”. (Presidente Boyd K. Packer, “Criancinhas”, A Liahona, janeiro de 1987, P.16).
Não basta apenas se inteirar do conteúdo das escrituras, mas sim de entesourar e agir de acordo com o que se aprende. O conhecimento verdadeiro muda a pessoa. Isso não significa que ela sempre será fiel a esse conhecimento. De fato, nem sempre vivemos a altura do conhecimento que possuímos. E também devemos lembrar que “a quem muito é dado, muito é exigido e o que pecar contra a luz maior receberá condenação maior”. Por exemplo, aqueles que chegam a conhecer a Deus e a Jesus Cristo e são selados para vida eterna, se deixarem de viver de acordo com o que sabem, tornar-se-ão filhos da perdição (D&C 132: 27). Mas esse é um assunto para outra ocasião.
Há pessoas que “aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade” (2 Timóteo 3:7). Essas, como já demonstrei, apenas sabem ou sabem e sentem, mas não agem nem se transformam. Elas obtém apenas parte do conhecimento.
O conhecimento mais importante é o de sentir que se é um filho de Deus, é o de saber que se é um filho de Deus, é o de agir como um filho de Deus e é o de tornar-se um filho de Deus. A vida eterna é tornar-se como Deus, sentindo como ele se sente, sabendo o que ele sabe e fazendo tudo o que ele faria se estivesse em nosso lugar.

22 de dez. de 2010

Que presente posso dar a Cristo neste Natal?

Neste Natal que tal dar um presente para o Salvador? Eu gostaria de fazer isso, e acho que muitos dos que lerem esta postagem também. Mas o que eu e você podemos dar a um Deus – que já tem tudo – sendo de eternidade em eternidade, onisciente, onipotente e onipresente? A única maneira de saber é estudar Sua Palavra e identificar o que ele nos pede.

Durante a vida do Salvador alguns procuraram honrá-lo com presentes. Quando ainda era pequenino reis (talvez três) vieram lhe visitar. Eles ofereceram ouro, incenso e mirra (Mateus 2:11). Pode até haver um simbolismo místico por trás de cada presente, todavia o que quero ressaltar é que eles deram o que julgaram ser melhor ao rei dos reis, que eles sabiam, era aquele infante menino. Eles ofereceram mais do que presentes materiais. As escrituras dizem que eles se prostraram e O adoraram.
Ao estudar a vida de Cristo notei que ele não procurava ouro e prata, como alguns de nós o fazem tão ardentemente. Na realidade ele já tinha tudo isso. Quando Pedro precisou pagar o imposto, o Senhor lhe indicou que uma moeda estava na boca de um peixe que ainda seria pescado! (Mateus 17:27) Isso me faz concluir, que se Ele quisesse poderia ter todo ouro do mundo, pois poderia localizá-lo com seu poder. Ele não precisa e certamente não quer posses materiais. Ele mesmo ensinou que estas coisas são corruptíveis: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam” (Mateus 6:19).
O que Ele quer de nós então? Ele respondeu com simplicidade: “Se me amais, guardai os meus mandamentos” (João 14:15). O rei Benjamim ensinou: “E eis que tudo que ele requer de vós é que guardeis seus mandamentos” (Mosias 2:22).
Se o Salvador quer que guardemos seus mandamentos quais são estes mandamentos? “E disse aos filhos dos homens: Segui-me. Portanto, meus amados irmãos, poderemos nós seguir a Jesus se não estivermos dispostos a guardar os mandamentos do Pai? E disse o Pai: Arrependei-vos, arrependei-vos e sede batizados em nome do meu Filho Amado” (2 Néfi 31:10-11).
Para aqueles que não entraram nas águas do batismo na Igreja de Jesus Cristo dos Santos do Últimos Dias o convite é claro: devem ser batizados. Mas e aqueles que já foram batizados?
“Eis, porém, meus amados irmãos, que assim veio a mim a voz do Filho, dizendo: Depois de vos arrependerdes de vossos pecados e de testificardes ao Pai que estais dispostos a guardar meus mandamentos pelo batismo de água; e de haverdes recebido o batismo de fogo e do Espírito Santo e de poderdes falar em uma língua nova, sim, na língua de anjos; se depois disso me anegardes, teria sido melhor para vós que não me houvésseis conhecido. E ouvi a voz do Pai, dizendo: Sim, as palavras do meu Amado são verdadeiras e fiéis. Quem perseverar até o fim, esse será salvo. E agora, meus amados irmãos, sei por isso que, a menos que o homem persevere até o fim, seguindo o exemplo do Filho do Deus vivente, não poderá ser salvo. (...) E estareis então no caminho estreito e apertado que conduz à vida eterna; sim, havereis entrado pela porta; havereis procedido segundo os mandamentos do Pai e do Filho; e havereis recebido o Espírito Santo, que dá testemunho do Pai e do Filho em cumprimento da promessa que vos fez de que, se entrásseis pelo caminho, receberíeis. E agora, meus amados irmãos, depois de haverdes entrado neste caminho estreito e apertado, eu perguntaria se tudo terá sido afeito. Eis que vos digo: Não; porque não haveríeis chegado até esse ponto se não fosse pela palavra de Cristo, com fé inabalável nele, confiando plenamente nos méritos daquele que é poderoso para salvar. Deveis, pois, prosseguir com firmeza em Cristo, tendo um perfeito esplendor de esperança e amor a Deus e a todos os homens. Portanto, se assim prosseguirdes, banqueteando-vos com a palavra de Cristo, e perseverardes até o fim, eis que assim diz o Pai: Tereis vida eterna” (1 Néfi 31:14-16, 18-20).
Com essa escritura aprendemos que depois de sermos batizados devemos honrar esse convênio e perseverar até o fim. Semanalmente recebemos uma ajuda especial para isso. Chama-se sacramento: pão e água são distribuídos aos dignos para que eles sempre se lembrem de Cristo, procurem tomar sobre si o nome Dele e guardem Seus mandamentos. Esse convênio inclui guardar o dia do Senhor, pagar o dízimo, estudar as escrituras, orar, jejuar, seguir os profetas, etc.
Esse compromisso, de permanecer fiel, significa oferecer um sacrifício – um coração quebrantado e um espírito contrito (3 Néfi 9:20).
Em suma, Cristo nos pede nosso coração: “eu, o Senhor, exijo o coração dos filhos dos homens” (D&C 64:22). O coração é o símbolo da disposição e vontade do homem (GEE “Coração”). É o símbolo de nosso arbítrio. O que Cristo quer de nós é nossa vontade. Creio que essa é a única coisa que é realmente nossa e podemos ofertar a Ele. Dar nossa vontade significa seguir Cristo e agradecê-lo.
Neste Natal e em todos os dias de nossa vida que possamos presentear Cristo com boas ações, fazendo o que ele faria em nosso lugar – exercendo nosso arbítrio da maneira que sabendo ser correta, não demorando para guardar seus mandamentos. Que possamos ser batizados. Se já o fomos na Igreja verdadeira, que possamos honrar esse convênio e oferecer a Cristo muito mais do que ouro, incenso e mirra – porque essas coisas já são Dele. Que possamos dar tudo o que temos, mesmo que seja pouco: todo nosso coração, poder, mente e força. Que possamos estar dispostos a perder nossa vida por amor a Ele.
No final, ao darmos nossa vontade, deixaremos o Mestre muito feliz, mas substancialmente não lhe acrescentaremos nada. De fato, ao presentear Cristo com nosso coração, nós é que somos mais abençoados: “quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á” (Mateus 10:39). Como o rei Benjamim ensinou mesmo que ofertemos tudo a Deus ainda lhe seremos eternos devedores (Mosias 2:22-25).
Que possamos ser como a geração de nefitas que recebeu a visita de Cristo. Ele disse sobre eles: “E agora, eis que minha alegria é grande, até a plenitude, por causa de vós e também desta geração; sim, e até o Pai se alegra e também todos os santos anjos, por causa de vós e desta geração; porque nenhum deles está perdido” (3 Néfi 27:30). Que possamos dar essa alegria a Ele, que possamos ser gratos pelos dons que ele nos Deus – por que “em nada ofende o homem a Deus ou contra ninguém está acesa sua ira, a não ser contra os que não confessam sua mão em todas as coisas e não obedecem a seus mandamentos” (D&C 59:21). Isso significa adorar Cristo: seguir seus mandamentos e agradecê-lo por isso.

19 de dez. de 2010

Seres pré-mortais, mortais, pós-mortais, ressurretos, transladados e transfigurados

Nascemos, vivemos e morremos. Entretanto nossa vida não começou com o nascimento e nem termina com a morte. Nem somos os únicos seres que existem. Há seres que, embora invisíveis aos mortais, participam e interagem conosco. Ao estudar as escrituras notamos que éramos espíritos antes de nascer, ganhamos um corpo mortal, ao morrermos nosso espírito se separa do corpo e que um dia ressuscitaremos. Alguns homem tem o privilegio de serem elevados para contemplarem visões da eternidade e outros recebem dádivas que tornam seus corpos especiais. Fiz um resumo sobre o tema:


Ser pré-mortal – inteligências que possuem um corpo de espírito. Os seres espirituais que foram gerados por Deus, seus filhos e filhas, possuem o arbítrio. Lúcifer e seus seguidores são seres de espírito e não tiveram e nem terão direito de ganhar um corpo físico, por negarem o Espírito Santo e se rebelarem contra Deus e o Plano Expiatório.
Escrituras: Jeremias 1:5, Jó 4:7, Alma 13:3-5, Abraão 3:22-23, Isaías 14:12-20, Apocalipse 12:7-9.

Ser mortal – os filhos de Deus que nascem pela água, sangue e espírito entram na provação mortal, passando pelo véu do esquecimento. Em regra, aqueles que nascem, morrem. A alma do homem é o espírito e o corpo unidos.
Escrituras: Moisés 6:59-60, Abraão 5:7, Gênesis 2:27, D&C 88:15.

Ser pós-mortal espiritual – quando, após a vida mortal, um filho de Deus morre, o espírito pós-mortal e corpo separam-se. O corpo se torna em pó e o espírito vai ao mundo espiritual. Os espíritos pós-mortais continuam seus labores até a ressurreição.
Escrituras: I Pedro 3:18-20, 4:6; Alma 40:11-14; Eclesiastes 12:7; D&C 138.

Ser transladado – é uma mudança física realizada no corpo daqueles que são designados para missões especiais ou receberam uma dádiva sagrada. Seres transladados não sofrem dores e tristezas, excetos pelos pecados do mundo. Eles não morrerão, mas serão transformados, no tempo determinado, numa abrir e fechar de olhos, em seres ressurretos.
Escrituras: Éter 15:34; Moisés 7:21-23, D&C 107:49, 3 Néfi 28:37-40.

Ser transfigurado – mudança temporária no corpo mortal, para suportar as visões da eternidade. Os seres transfigurados brilham. Uma segunda espécie de transfiguração é a mudança na aparência física para transmitir ou endossar uma mensagem de Deus.
Escrituras: Mosias 13:5, 3 Néfi 28:15, Moisés 1:11, Marcos 9:2

Ser ressurreto – corpo e espírito são reunidos para nunca mais se separarem, num estado perfeito. O corpo ressurreto reflete a condição espiritual do espírito pós-mortal ou do corpo transladado. A aparência de um ser ressurreto é semelhante a aparência do corpo mortal.
Escrituras: I Coríntios 15:20-22; Mateus 27:52, I Tessalonicenses 4:16, D& 88:14-16.

Outras considerações:
Anjos – podem ser seres pré-mortais, mortais, pós-mortais em espírito, transladados e ressurretos. São mensageiros de Deus (GEE “Anjos”)
Demônios – podem ser seres pré-mortais apenas. Entretanto os seguidores de Satanás podem ser seres mortais e pós-mortais, inclusive podem receber um corpo ressurreto (GEE “Demônios”)
Arrebatamento – é o transporte para um outro local pelo poder e Espírito de Deus, para proteção divina ou concessão de revelações especiais. Escrituras: 1 Néfi 11:1, Helamã 10:16-17, D&C 88:96-98.

12 de dez. de 2010

Integridade

Éster, Mardoqueu, Daniel e Sadraque, Masaque e Abdinego são exemplos de integridade. A aula hoje da escola dominical (12/12/10) tratou desses poderosos filhos de Deus que tinham como ponto em comum esse atributo. A integridade é a essência de um caráter forte. Com os exemplos desses santos do passado não só aprendemos o que significa integridade, mas também como nós podemos desenvolver esse dom.

Por exemplo: Quando todos se inclinavam perante um homem que embora poderoso era iníquo, Mardoqueu se manteve impávido e firme em sua crença no único e verdadeiro Deus e não se inclinou (Ester 3). Com coragem celestial Éster jejuou e convidou outros a segui-la para efetuar o impossível (Ester 4:15-17). Sadraque, Masaque e Abdinego encararam o mais temido e poderoso rei de sua época recusando-se a inclinaram-se diante de uma estatua de 40 metros de altura – preferiram ser jogados na fornalha ardente. Todavia, o seu poderoso Deus os livrou (Daniel 3). E Daniel não vacilou quando um edito foi publicado impedindo todos de orar a outro deus que não fosse o adorado pelo pagão império medo-persa – foi jogado na cova dos leões (Daniel 6).
Fé, coragem, jejum, oração constante fortalecem o caráter integro. Para eles a virtude e a fé eram mais valiosas que a vida.
Para citar um exemplo moderno, o irmão Karl G. Maeser. Ele nasceu em 1828 na Saxônia, Alemanha, e tornou-se membro da Igreja em seu país. Em 1860, quando o Dr. Maeser e sua família mudaram-se para Utah, ele tornou-se professor particular da família de Brigham Young. Dezesseis anos mais tarde, o Presidente Young chamou- o para tornar-se o diretor da Academia Brigham Young, instituição que veio tornar-se a Universidade Brigham Young. Antes que o irmão Maeser assumisse sua nova designação, o Presidente Young disse-lhe: “Quero que se lembre de que você não deve ensinar nem mesmo o alfabeto ou a tabuada sem o Espírito de Deus. Isso é tudo. Deus o abençoe. Adeus”. Nos anos difíceis que se seguiram, essa admoestação guiou os esforços do irmão Maeser. (Ver Edwin Butterworth Jr., “Eight Presidents: A Century at BYU”, Ensign, outubro de 1975, p. 23.) Karl G. Maeser era conhecido não somente por sua inteligência e seu talento para ensinar, mas também por sua humildade e integridade. Ele disse: “Coloquem-me numa prisão, com as mais grossas e mais altas paredes de pedra e pode ser que, ainda assim, eu consiga escapar; mas coloquem-me em pé e desenhem um círculo com giz em torno de mim e façam-me dar a palavra de honra que dali não sairei. Será que eu conseguiria sair de dentro daquele círculo? Jamais! Preferiria morrer!” (citado por Ernest L. Wilkinson, The President Speaks, Brigham Young University Speeches of the Year [5 de outubro de 1960], p. 15. E também A Liahona, Maio de 2002, pg. 47).
Que em nós seja encontrada inocência diante de Deus (Daniel 6:22), por sermos íntegros. Que sejamos como Ester, Mardoqueu, Sadraque, Mesaque, Abdinego e Daniel.

9 de dez. de 2010

Crença + Ação = Poder

Uma das formulas mais importantes para se compreender é: Crença + Ação = Poder. A crença é a própria fé. A ação é a prova da fé e o poder é manifestação da graça divina em milagres, sinais, testemunhos e bênçãos. Eu poderia escrever essa formula de outro modo: “fé + obras = milagre” ou “acreditar + agir = conhecer” ou “sentir + fazer = saber”. Todas querem dizer o mesmo.
A primeira parte da formula vem quando entramos em contato com a palavra de Deus, por que “a fé é pelo ouvir” (Romanos 10:17). Depois de considerar a palavra de Deus devemos exercitar nossas faculdades – dando lugar à palavra em nosso coração (Alma 32:27). Como o coração é o símbolo da vontade e disposição do homem (GEE Coração), dar lugar a palavra de Deus no coração significa agir conforme a palavra recebida. Em outras palavras significa guardar os mandamentos. Ou a ter real intenção. Vemos isso no relato de Joseph Smith. Ele pediu a Deus revelação e agiu – foi a bosque orar, um lugar previamente escolhido, ajoelho-se, com a intenção de perguntar a qual Igreja deveria se unir. Se Deus falasse a Joseph: a Igreja católica é a certa, ele seria padre! Se Deus falasse é a metodista: ele seria pastor! Ele iria fazer algo a respeito da resposta. Isso é real intenção. É por isso a revelação veio. Não recebemos o poder, senão agirmos ou em outras palavras: não recebemos testemunho senão antes da prova da fé (Éter 12:6).
A passividade não leva a revelação, pois a prova da fé é comumente um período de tempo em que andamos no escuro, sem ter perfeito conhecimento, mas um grande desejo de aprender, fazer e mudar. A fé não é um conhecimento perfeito. Mas pode vir a tornar-se um conhecimento perfeito. A crença leva a fé em Cristo, que direciona a esperança Nele, que leva a ação justa (caridade), que por sua vez conduz ao poder de Deus (santificação) que aponta para vida eterna.

4 de dez. de 2010

Níveis de Desobediência. As escrituras mencionam erro, transgressão, pecado, iniqüidade e morte espiritual como formas de desobediência a Deus e as suas leis. Embora muitas vezes esses termos sejam usados como sinônimos, é evidente que nem sempre significam a mesma coisa. É, portanto, relevante estabelecer uma distinção que contribua para melhor entendimento interpretativo e prático. A tabela a seguir pretende oferecer tal auxílio.

Erro
Ocorre quando há incapacidade, falha natural ou desconhecimento da lei, por tradição, falta de informação, imcopetencia, etc.
É fácil reconhecer que erro não é o mesmo que pecado. As criancinhas erram durante o processo de aprendizagem, por exemplo. Devido às fraquezas e debilidades dos mortais – da imperfeição – erros são freqüentemente cometidos. Os erros (em sentido estrito) não nos tornam impuros a vista de Deus por causa da graça de Cristo. Também aqueles que não quebram a palavra de sabedoria sem saber que ela é um mandamento não cometem pecado.
3 Néfi 1:24; Levítico 5:18; Alma 37:8-9; Jó 13:26; Salmos 19:12; JS–H 1:28; Mosias 3:16; Romanos 4:15; 2 Néfi 9:25

Transgressão
Fazer algo errado que, embora não seja essencialmente mal, ainda assim é contra a lei.
A transgressão é um tipo de erro intencional. É a quebra deliberada da lei. Entretanto não é o mesmo que pecado, pois a transgressão visa quebrar uma lei menor em prol de uma lei maior. A transgressão sempre recai sobre algo que essencialmente não é ruim nem mal – como no caso da queda de Adão e Eva, por exemplo, que preferiram comer do fruto proibido e trazer mortalidade do que ficar no jardim eternamente. Outro exemplo seria o de trabalhar sem documentação. Essencialmente trabalhar não é errado, mas fazê-lo sem que a lei autorize é errado. As transgressões trazem conseqüências semelhantes ao pecado, mas mais tênues.
2ª Regra de Fé; Alma 34:8; 2 Néfi 2:21; Moisés 5:10-11; Moisés 6:53, 59

Pecado
Desobediência intencional a lei de Deus.
Tudo que é essencialmente mal, diabólico, sensual, carnal, profano é contra Deus, e é pecado. O pecado tem diversas formas e meios d ser cometido: dês de um simples pensamento (como ter inveja) até um ato maligno (assassinar) pode ser concebido. O pecado nos torna impuros diante de Deus.
João 9:41; Tiago 4:17;; D&C 84:49; Alma 45:16

Iniqüidade
Prática constante de pecado.
Uma pessoa pode ser considerada justa se peca e esta procurando se arrepender. Mas não há justo que cometa iniqüidade. O iníquo peca e repete com freqüência esse pecado. Em alto grau o iníquo se regozija no pecado, fica triste quando é impedido de pecar e se opõem a tudo que é bom e justo. Esse terrível estado faz com que a pessoa se torne serva do diabo.
I Coríntios 5:13; D&C 82:7; II Tessalonicenses 2:12; Alma 41:10; Mórmon 2:13

Morte Espiritual
Impossibilidade de arrependimento e perdão.
Quando passado é o dia da graça para uma pessoa – a iniqüidade se torna tão aguda que o arrependimento é impossível – então esta está madura para destruição espiritual. A morte espiritual, em sentido amplo, é o afastamento de Deus; e em sentido estrito é o mesmo que cometer o pecado imperdoável.
Tiago 1:15; Romanos 6:23; I Timóteo 5:6; D&C 29:41; Alma 13:30; Alma 40:26



Diante de tais fatos eis a questão: uma pessoa que quebra a lei da castidade, sem saber que essa é uma lei de Deus, por ser culturamente influenciada a quebrar a lei - amigos, mídia, os pais: todos incentivam a relação sexual fora do casamneto - e não ter tido contado com religião alguma - terá, essa pessoa, cometido pecado?

A resposta é: SIM, terá cometido pecado. Por quê? Porque embora aparentemente ela não saiba que ter relação sexual fora dos laços do casamento é errado – e a cultura a influenciou a tal ato – ainda assim ela possui a luz de Cristo, que a ensinou o certo e o errado. Então ele sabe que é errado!
O caso é melhor entendido a luz das escrituras sagradas. O rei Lamôni matara muitos de seus servos – e matar é evidentemente errado – mas por causa da cultura, da tradição, não achara que isso fosse errado. Na realidade os lamanitas não tinham uma noção para o que viria a ser pecado:
“Ora, esta era a tradição de Lamôni, que ele havia recebido de seu pai, de que existia um Grande Espírito. Apesar de acreditarem num Grande Espírito, pensavam que tudo que fizessem estaria certo; não obstante, começou Lamôni a temer muito, com medo de haver procedido mal ao matar seus servos; Porque ele havia matado muitos deles por haverem seus irmãos dispersado os rebanhos junto às águas; e assim, por haverem seus rebanhos sido dispersados, foram mortos” (Alma 18:5-6).
Observe que quando o rei soube dos feitos de Amon começou a temer haver procedido mal. A luz de Cristo dentro dele o despertou para a gravidade de seus pecados. Ele começou a sentir tristeza o que culminou no arrependimento sincero (Alma 18:41-43; 19).
Uma pessoa antes de quebrar a lei da castidade é advertida pela luz de Cristo que não deve fazê-lo. Entretanto se o faz, sente tristeza (2 Coríntios 7:10). Esta pode ser rapidamente abafada pela racionalização. Por exemplo, pretensos amigos podem dizer: “a primeira vez é normal se sentir assim” ou “da próxima vez vai ser melhor” ou “você não estava bem neste dia”. Essa racionalização do pecado abafa a luz de Cristo a tal ponto que o mal se transforma em bem e o bem em mal. Todavia, quando um ministro do evangelho declara a verdade, a luz de Cristo dentro do individuo pecador o desperta para consciência de sua culpa e ele é afligido (Alma 14:6). Assim ocorre com todos os homens. Todos são ensinados suficientemente (Morôni 7:16), e não há inocentes – exceto as criancinhas e os incapazes de discernir.
Se a questão se referisse a beber vinho, por exemplo, que faz parte da Palavra de Sabedoria em nossos dias, à resposta seria não. Porque beber vinho não é essencialmente mal para que não conhece a lei – a luz de Cristo não adverte a pessoa sobre tais pecados. “Onde não há lei, não há pecado” (2 Néfi 9:25).