25 de mar. de 2014

Por que a passagem de Mateus 7:1–2, da Tradução de Joseph Smith, difere das passagens correspondentes do Novo Testamento e do Livro de Mórmon?

Um rapaz que não conheço pessoalmente, mas que é de minha fé, me questionou a respeito de uma aparente contradição de passagens escriturísticas. Ele disse que buscou a resposta, mas não a encontrou. Com a esperança de ajuda-lo escrevi esta postagem[1].


Entendendo a pergunta
Em Mateus 7:1-2, o Salvador, como parte de seu extraordinário Sermão da Montanha, ensinou que os homens não deviam julgar:
Não julgueis, para que não sejais julgados.
Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.

Semelhante ensinamento encontra-se em outros evangelhos (Lucas 6:37, João 7:24). Encontra-se, inclusive, no Livro de Mórmon, onde o Salvador ressurreto ensinou princípios muito parecidos com o que ensinou no Velho Mundo:
E então aconteceu que após ter dito estas palavras, Jesus de novo se voltou para a multidão e, tornando a abrir a boca, disse-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: Não julgueis, para que não sejais julgados.
Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados e com a medida com que medirdes vos hão de medir a vós. (3 Néfi 14:1-2)

Quando Joseph Smith traduziu algumas passagens da Bíblia[2], modificou Mateus 7:1-2, deixando o texto da seguinte maneira:
Ora, estas são as palavras que Jesus ensinou a seus discípulos para que dissessem ao povo.
Não julgueis injustamente, para que não sejais julgados; mas julgai com um julgamento justo.

Comparando as passagens temos:

Passagens
MATEUS 7:1-2
3 NÉFI 14:1-2
TJS MATEUS 7:1-2
Público
-
E então aconteceu que após ter dito estas palavras, Jesus de novo se voltou para a multidão e, tornando a abrir a boca, disse-lhes
Ora, estas são as palavras que Jesus ensinou a seus discípulos para que dissessem ao povo.
Mandamento
Não julgueis,
Em verdade, em verdade vos digo: Não julgueis,
Não julgueis injustamente,
Explicação do motivo pelo qual devemos guardar o mandamento
para que não sejais julgados.

para que não sejais julgados.
para que não sejais julgados;
Explicação mais detalhada sobre o motivo do mandamento (consequência de julgar).
Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.

Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados e com a medida com que medirdes vos hão de medir a vós.
-
Como devemos julgar
-
-
mas julgai com um julgamento justo.

Entendi que o questionador desejava não apenas uma explicação sobre o motivo pelo qual as passagens diferiam – mas especialmente se teria o Profeta Joseph Smith errado ao traduzir de forma diferenciada Mateus 7:1-2. Afinal, ele, Joseph Smith, é quem fizera a tradução do Livro de Mórmon, alguns anos antes de traduzir a Bíblia. Se o Livro de Mórmon contém uma tradução mais correta dos ensinamentos do Mestre – pois não foi submetido por dezenas de copistas e interpretes nos séculos de escuridão espiritual, como a Bíblia – não deveria conter o mesmo ensinamento original – o qual só teria sido restituído na Tradução de Joseph Smith da Bíblia? Em outra palavras: não deveria o texto de 3 Néfi 14:1-2 ser idêntico ou muito parecido com a Tradução de Joseph Smith de Mateus 7:1-2? Essa divergência não demonstra um equivoco – e talvez até uma falta de inspiração?

Claro que não!


Pressuposto
Há, todavia, um pressuposto (um conhecimento preliminar) necessário para que minha explicação seja adequada e faça pleno sentido. E este pressuposto é o testemunho (conhecimento espiritual) de que Joseph Smith foi um profeta de Deus.

Eu sei que Joseph Smith foi um profeta de Deus, pois pelos seus frutos o reconheci como tal (Mateus 7:15-20). E também sei que ele foi um profeta porque pelo poder e dom do Espírito Santo adquirir este conhecimento (Morôni 10:5). Convido a todos que não receberam esta certeza a perguntarem a Deus se Joseph não foi um profeta. A resposta seguramente vira ao que pedirem com fé, no devido tempo e no modo que Deus achar devido.

Os que estão relutantes, hesitantes, duvidosos e temerosos – precisam de um fortalecimento sobre o chamado divino do Profeta da Restauração – portanto, devem buscar ler e compreender quem foi este homem e depois orar a Deus. O próprio Senhor prestou testemunho de seu servo escolhido nesses últimos dias: “Portanto eu, o Senhor, conhecendo as calamidades que adviriam aos habitantes da Terra, chamei meu servo Joseph Smith Júnior e falei-lhe do céu e dei-lhe mandamentos” (D&C 1:17).


Resposta
Já que Joseph Smith foi um profeta, e sabemos que o Senhor o ordenou traduzir partes da Bíblia, não há como pensar que ele tenha se equivocado ao revisar Mateus 7:1-2. Então a pergunta é: qual o motivo de serem as passagens – do novo testamento, Livro de Mórmon e Tradução de Joseph Smith diferentes?

Primeiro vejamos se as passagens são contraditórias. Em sentido, não o são. De fato, são complementares. Usando apenas o Novo Testamento temos o ensinamento de “não julgar” (em Mateus 7:1-2) e o mandamento de “julgar segundo a reta justiça” (João 7:24). O primeiro mandamento refere-se a não julgar terminantemente – pois o juízo final pertence a Deus (Salmos 7:11, 88:2, João 5:22). O segundo, diz que devemos usar nosso arbítrio para escolher, avaliar, discernir, examinar, mensurar, classificar e determinar para nosso bem. “O Senhor não estava dizendo que nunca devemos julgar ninguém. Alguns oficiais da Igreja, como os bispos e presidentes de Estaca, são chamados para serem juízes em Israel, e deles se espera que julguem. Temos que julgar ao escolher amigos e pessoas com que nos associamos” (“Fazer a Vontade do Pai”, Manual do Aluno do Seminário, 1984, pg. 43).

O Élder Dallin H. Oaks disse: “Eu já fiquei intrigado ao ver que algumas escrituras nos ensinam a não julgar enquanto outras ensinam que devemos julgar e até nos dizem como fazê-lo. Ao estudar essas passagens, porém, concluí que essas orientações aparentemente contraditórias são bastante coerentes quando vistas de uma perspectiva eterna.
A chave é compreender que existem dois tipos de julgamentos: julgamentos finais, que nos são proibidos e julgamentos intermediários, que somos instruídos a fazer, mas de acordo com princípios justos. (…)
Primeiro, um julgamento justo precisa, por definição, ser intermediário (…)
Segundo, para fazermos um julgamento precisamos ser orientados pelo Espírito do Senhor e não levados pela raiva, desejo de vingança, inveja, ciúmes ou interesses pessoais. (…)
Terceiro para ser justo, qualquer julgamento intermediário que fizermos precisa ser quanto a algo dentro de nossa esfera de responsabilidade. (…)
Quarto, se possível, devemos abster-nos de julgar até que o nosso conhecimento dos fatos seja adequado” (“‘Judge Not’ and Judging”, Ensign, agosto de 1999, pp. 7, 9–10).

Segundo analisemos a diferença entre a passagem no Livro de Mórmon e a do Novo Testamento (conforme traduzido por Joseph Smith).

No novo Testamento, o Senhor está ensinado “seus discípulos” (conforme a Tradução de Joseph Smith de Mateus 7:1-2). Embora grande parte do Sermão tenha sido dirigido ao povo em geral,  sabemos que houve ocasiões em que Jesus se dirigiu especialmente para aqueles que se tornariam os líderes da Igreja. Assim a passagem de Mateus 7:1-2, conforme esclarecida por Joseph Smith, se aplica aos líderes da Igreja (pois a eles Cristo se dirigiu): eles deveriam julgar – mas com justiça. Outras passagens corroboram esta explicação. Por exemplo: Jesus disse que Pedro e os outros apóstolos O ajudariam a julgar a casa de Israel (Lucas 22:30). O Livro de Mórmon ensina que os Doze Apóstolos Nefitas julgarão o povo de Néfi – e estes serão julgados pelos Doze que Cristo escolheu em seu ministério mortal (1 Néfi 12:7-10). Aos doze nefitas o Senhor Ressurreto disse: “E sabei vós que sereis os juízes deste povo, de acordo com o julgamento que vos darei, que será justo (...)” (3 Néfi 27:27).
Esses líderes deveriam também ensinar essas palavras ao povo.
No Livro de Mórmon, ao contrário do que ocorreu no Velho Mundo, o Senhor, nesta parte de seu discurso, “se voltou para a multidão” (3 Néfi 14:1). Ele ensinou ao povo em geral diretamente que não deveriam fazer julgamentos.

Terceiro.  Há uma outra pequena diferença, entre as circunstancias exteriores das passagens.Mateus, como escritor, estava dirigindo suas palavras especialmente aos judeus[3]. Ele realçou profecias e ensinamentos que mais impactariam os judeus. Portanto, Mateus selecionou partes do Sermão da montanha e outros ensinamentos do Salvador que entendia serem mais pertinentes aos judeus. Mórmon também tinha um povo em mente: nós. E por isso registrou o que registrou.

Quarto. Na época que Joseph Smith traduziu o Livro de Mórmon, embora não tenha copiado o texto Bíblico, certamente achou nele inspiração, entendimento e compreensão – que facilitaram a tradução do Livro de Mórmon. A linguagem bíblia serviu de parâmetro para a escolha de termos e expressões linguísticas. Afinal, toda pessoa que traduz um texto faz mais do que meramente substituir uma palavra por outra, de novo idioma. Deve-se interpretar – e passar o verdadeiro sentido do texto original, ou o mais próximo disso. Para ser um eficiente interprete é preciso conhecer muito mais do que a língua em si. Embora Joseph contasse com a ajuda celeste – com mensageiros do céu, objetos especiais e o com o maravilhoso poder do Espírito Santo – certamente precisou dedicar-se o máximo na leitura do texto bíblico que tinha disponível – pois tal esforço mostraria a Deus, que ele, Joseph, estava disposto a receber mais (Mateus 25:29). Mesmo que ele não tivesse a bíblia teria conseguido realizar a tradução – pois para Deus “nada é impossível”. Mas a Bíblia certamente foi uma bênção na vida do Jovem Profeta.

Agora, o fato de ter a Bíblia na equação não desqualifica o milagre da tradução. Há muitas evidencias que atestam a divindade da obra[4]. Joseph não apenas lia o “egípcio reformado” das placas de ouro e escolhia uma palavra em inglês que a representasse. Ele tinha que fazer algo além de pedir a Deus compreensão. Devia, com relação ao texto a ser traduzido, “estudá-lo bem em tua mente; depois me deves perguntar se está certo [perguntar a Deus] e, se estiver certo, farei arder dentro de ti o teu peito; portanto sentirás que está certo.” (D&C 9:7-8). Sobre a tradução do Livro de Mórmon recomendo os seguintes textos: O Milagre da Tradução do Livro de Mórmon, Tradução e Publicação do Livro de Mórmon – que mostram que Joseph precisou se esforçar muito para traduzir o Livro de Mórmon – e que sua tradução representou um grande milagre.

O Senhor aprovou a milagrosa e tradução e disse que ele “contém a verdade e a palavra de Deus— que é minha palavra aos gentios; para que logo seja levado aos judeus, de quem os lamanitas são remanescentes, para que creiam no evangelho e não mais esperem que venha um Messias já vindo.” (D&C 19:26-27).

Além de traduzir Joseph precisou interpretar o que traduzira. Ele foi ficando mais e mais experiente nisso (prova disso é que ele deixou de usar a Pedra do Vidente e Urim e Tumim - que eram auxílios enviados pelos céus para ajudar o iletrado rapaz). Na época da tradução de Mateus 7, Joseph já tinha suficiente maturidade como interprete para explicar e dar um sentido mais evidente a certas passagens, para o leitor moderno.

Quinto. As palavras são menos importantes que a mensagem que elas visam transmitir. Ou seja, o espírito da lei é maior que a lei em si. Para fomentar ou realçar alguns ensinamentos o Senhor e seus profetas podem alterar as palavras de uma passagem de escritura. Um exemplo é Malaquias 4:5-6. Lá o Senhor diz que “converterá o coração dos pais aos filhos”. Em 3 Néfi 25:5-6 lemos que o poder de Elias “voltará o coração dos pais aos filhos”. E em Doutrina e Convênios 2:2-3 o Senhor utiliza a palavra plantar: “ele plantará no coração dos filhos as promessas feitas aos pais”. Há algum erro nessas passagem? Claro que não! Elas querem todas dizer a mesma coisa: mas cada uma transmite a mensagem através de um significante diverso.

Nossa linguagem mortal é imperfeita – e para se transmitir a verdade vez por outra é necessário, devido a uma situação concreta, usar sinônimos, figuras de linguagem e até paráfrases.

Sexto. Alguns estudiosos do Livro de Mórmon afirmam que tanto a versão inspirada de Joseph Smith de Mateus 7 quanto a tradução de 3 Néfi 14 querem dizer a mesma coisa (mesma finalidade). Mas a tradução de Mateus 7 seria mais clara para nós, povo dos últimos dias, porque a forma de colocação das palavras transmitiria o significado da passagem de maneira mais óbvia; enquanto o relato de 3 Néfi seria uma tradução mais literal do original (do Hebraico) [5].


Breves considerações sobre as Tradução de Joseph Smith da Bíblia
“O Senhor inspirou o Profeta a restituir ao texto bíblico as verdades que haviam sido perdidas ou alteradas desde que o original fora escrito. Essas verdades restauradas esclareceram doutrinas e melhoraram a compreensão das escrituras. (...) Por ter o Senhor revelado a Joseph algumas verdades que os autores haviam registrado, a Tradução de Joseph Smith é diferente de qualquer tradução da Bíblia. Nesse sentido, a palavra tradução é usada em um sentido mais amplo e de forma diferente da habitual, posto que a tradução de Joseph foi mais revelação que uma tradução literal de um idioma para outro.” (Introdução aos Trechos Selecionados da Tradução de Joseph Smith).

“Tradução ou revisão da versão da Bíblia em inglês, conhecida como a Versão do rei Jaime, que o Profeta começou a fazer em junho de 1830. O Senhor ordenou a Joseph que fizesse a tradução, e este a considerava como parte de seu chamado como profeta.
Embora em julho de 1833 Joseph tivesse completado a maior parte da tradução, ele continuou a fazer modificações enquanto preparava um manuscrito para publicação, até sua morte em 1844. Embora ele tenha publicado algumas partes da tradução enquanto vivia, provavelmente teria feito outras modificações se tivesse vivido para publicar toda a obra. A Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias publicou em 1867 a primeira edição da versão inspirada de Joseph Smith, da qual, desde aquela época, publicaram diversas edições.
O Profeta aprendeu muitas coisas no processo da tradução. Algumas seções de Doutrina e Convênios foram recebidas em virtude de seu trabalho na tradução (como as seções 76, 77, 91 e 132). Além disso, o Senhor deu a Joseph instruções específicas para a tradução, que foram registradas em Doutrina e Convênios (D&C 37:1; 45:60–61; 76:15–18; 90:13; 91; 94:10; 104:58; 124:89). O Livro de Moisés e Joseph Smith—Mateus, hoje incluídos na Pérola de Grande Valor, foram extraídos diretamente da Tradução de Joseph Smith.
A Tradução de Joseph Smith restaurou algumas coisas claras e preciosas que foram perdidas da Bíblia (1 Né. 13). Embora ela não seja a Bíblia oficial da Igreja, essa tradução fornece muitos esclarecimentos interessantes e é um recurso valioso para entendermos a Bíblia. Ela é também um testemunho do divino chamado e do ministério do Profeta Joseph Smith.” (“Tradução de Joseph Smith (TJS)”, Guia Para Estudo das Escrituras)

“O Livro de Mórmon nos proporcionou iluminação sem par com referência a muitos assuntos do evangelho, mas dá poucos detalhes a respeito de outros temas, tais como a existência pré-mortal, os graus de glória, casamento celestial, Sião, a lei de consagração e a organização dos quóruns do sacerdócio. Muitas dessas doutrinas foram reveladas ao Profeta à medida que ele traduzia a Bíblia. Vê-se que um dos propósitos da Tradução de Joseph Smith (TJS) era ade servir como “professor” de Joseph Smith, pois quando o Senhor ordenou que ele começasse a fazer a tradução do Novo Testamento, disse: “E agora, eis que vos digo que nada mais vos será dado saber concernente a este capítulo, até que o Novo Testamento seja traduzido; e nele todas estas coisas serão dadas a conhecer; portanto agora vos permito traduzi-lo, para que estejais preparados para as coisas que hão de vir” (D&C 45:60-61).
Não será difícil entendermos a contribuição doutrinária da TJS, se virmos às revelações de Joseph Smith em ordem cronológica. Os primeiros exemplares do Livro de Mórmon se tornaram disponíveis durante a semana de 26 de março de 1830. Dentro de poucos dias, no dia 6 de abril, a Igreja foi organizada. Poucas semanas depois, em junho de 1830, constatamos a primeira revelação concernente à TJS. Nós a conhecemos como o livro de Moisés, capítulo 1, da Pérola de Grande Valor. Ao compararmos a cronologia da Nova Tradução com a de Doutrina e Convênios, notamos que alguns conceitos foram apresentados à mente do Profeta durante a tradução da Bíblia na qual foram, de fato, primeiramente registrados. Mais tarde alguns destes assuntos foram elaborados e elucidados por revelações subsequentes que hoje aparecem nas seções de Doutrina e Convênios. Poderíamos adquirir um entendimento mais completo, mais rico e mais claro da forma que a doutrina se desdobrava se colocássemos as passagens reveladas do Novo Testamento na sua devida ordem cronológica entre as seções correspondentes de Doutrina e Convênios. Por exemplo, Moisés 1 da TJS ficaria logo antes da seção 25; Moisés 2-5 apareceria um pouco antes da seção 29; Moisés 6 logo antes da seção 35 e Moisés 7 apareceria antes da seção 37. Antes de termos acesso aos manuscritos originais da TJS, esta comparação era impossível de ser feita, pois desconhecíamos as datas em que as revelações foram registradas nos manuscritos. A análise dos originais transforma nossa perspectiva.
As credenciais que concediam ao Profeta Joseph Smith a autorização de traduzir a Bíblia era o fato de ele ter sido chamado pelo Senhor para fazê-lo. Sua situação assemelha-se a de Néfi a quem o Senhor ordenou que construísse um navio. Néfi se sentia confiante que “se Deus me tivesse ordenado que fizesse todas as coisas, poderia fazê-las” (1 Néfi 17:50). Até 1830, quando Joseph Smith iniciou a tradução da Bíblia, ele já era um tradutor experiente devido a sua tradução do Livro de Mórmon. Ele disse que ele e Oliver Cowdery receberam ajuda específica do Espírito Santo para que as escrituras lhes fossem “abertas ao nosso entendimento e o verdadeiro significado e intenção de suas passagens mais misteriosas revelaram-se a nós de uma forma que jamais havíamos conseguido antes e que sequer imaginávamos” (Joseph Smith—História 1:74). Tal ajuda ultrapassaria até a maior habilidade linguística de tradução.
(...)
Será a Tradução de Joseph Smith simplesmente um comentário de Joseph Smith acerca da Bíblia, ou será ela uma restauração de materiais perdidos? Posto que o papel da TJS é o de fonte primária da doutrina dos Santos dos Últimos Dias, conforme revelada por ordem do Senhor, parece haver fortes motivos para argumentar que a TJS se trata da restauração do significado e conteúdo doutrinário que se perdeu da Bíblia. Quando Sidney Rigdon foi chamado para servir de escrivão para Joseph Smith no trabalho de tradução, o Senhor lhe disse: “Tu [escreverás] por ele; e as escrituras serão dadas tal qual se acham em meu próprio seio, para salvação de meus eleitos ” (D&C 35:20) Subentende-se que a Bíblia, da forma em que se encontrava naquela época, não estava no “próprio seio” de Deus. A Bíblia é o testemunho de Judá acerca de Deus e de Jesus Cristo. Não bastavam o Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios e a Pérola de Grande Valor para restaurar as verdades doutrinais perdidas. Para fazer jus aos profetas bíblicos tornou-se preciso restaurar a própria Bíblia a seu poder original de testemunha de Jesus Cristo e seu evangelho. A Bíblia tinha de ser corrigida e a Tradução de Joseph Smith faz uma contribuição poderosa à restauração de suas verdades.” (“A Nova Tradução e a Doutrina dos Santos dos Últimos Dias”, Religious Studies Center).

Resposta objetiva e conclusão
Por que a passagem de Mateus 7:1–2, da Tradução de Joseph Smith, difere das passagens correspondentes do Novo Testamento e do Livro de Mórmon?

Mateus 7:1-2 da Tradução de Joseph Smith difere de Mateus 7:1-2 do Novo Testamento porque o verdadeiro significado da passagem acabou sendo deturpado nos anos de escuridão espiritual, após a morte dos apóstolos de Cristo no Meridiano dos Tempos. Joseph restaurou o significado verdadeiro. Ele deixou mais clara a passagem.

Mateus 7:1-2 do Novo Testamento não difere de 3 Néfi 14:1-2 - se não no contexto, porque o Senhor ensinou sobre o tema de “julgamento” a grupos diversos. No Novo testamento o Senhor se dirigiu aos líderes (conforme fica claro na TJS), no Livro de Mórmon ele se voltou à multidão – falando a todo o povo em geral, indistintamente. Se houve algum ensinamento diferente foi apenas um outro aspecto do mesmo tema.

As passagens traduzidas de Joseph Smith (TJS Mateus 7:1-2 e 3 Néfi 14:1-2) não necessitam ser idênticas – tratando-se de ensinamentos dirigidos a povos com circunstancias peculiares. Todavia, eles podem estar dizendo a mesma coisa - ainda que com palavras diferentes.

Os ensinamentos da Bíblia, TJS e Livro de Mórmon não são contraditórios – mas complementares. Soma-se para nosso beneficio e instrução.

Finalmente, o Senhor - através de seus profetas - pode alterar ou modificar algumas palavras ou frases para que o receptor da mensagem compreenda mais plenamente o que Ele quer dizer. Assim, as palavras não são tão importantes quanto o que querem dizer – o instrumento não é tão relevante quanto à mensagem.

O Senhor disse: “Por que murmurais por receberdes mais palavras minhas? (...) Portanto digo as mesmas palavras, tanto a uma nação como a outra. (...). E isto eu faço para provar a muitos que sou o mesmo ontem, hoje e para sempre; e que pronuncio minhas palavras segundo minha própria vontade.” Depois Ele afirmou enfaticamente “E porque eu disse uma palavra não deveis supor que não possa dizer outras; pois meu trabalho ainda não está terminado nem estará até o fim do homem nem desde aí para sempre.” (2 Néfi 29:8-9)

Devemos, pelo que foi dito, ser gratos por tanta luz e restauração concedida em nossos dias. E caso haja perguntas ou necessidade de mais explicação sempre podemos recorrer ao Pai misericordioso que dá luz ao entendimento, através de seu santo Espírito.







[2] “De acordo com o Livro de Mórmon, no início a Bíblia continha a plenitude do evangelho de forma doutrinária muito clara. Mas logo após os tempos dos profetas do Velho Testamento, bem como depois da era do Novo Testamento, houve mudanças na Bíblia até tal ponto que já não continha a palavra revelada na sua plenitude e clareza originais (1 Néfi 13:24-29). O problema que enfrentamos hoje em dia não consiste na falta de poder traduzir línguas antigas, e sim na falta de manuscritos originais, ou pelo menos documentos completos e adequados. A grande perda de verdades do evangelho que resultou da retirada de “coisas claras e preciosas” da Bíblia (1 Néfi 13:28) coincidiu com a apostasia universal, de forma que há séculos que no mundo não se veem nem uma Bíblia adequada nem uma igreja que ensine a plenitude do evangelho. Uma parte fundamental e inicial da restauração da Igreja do Senhor à terra foi o fato do Profeta Joseph Smith ter recebido o mandamento de fazer uma tradução revelada da Bíblia, uma que visasse restaurar textos perdidos bem como ensinamentos perdidos e contribuísse à base doutrinária de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.” (“A Nova Tradução e a Doutrina dos Santos dos Últimos Dias”, Religious Studies Center).
[3] “Se as profecias do Velho Testamento e os acontecimentos da vida de Jesus Cristo forem comparados a dois elos de correntes diferentes, o testemunho de Mateus pode ser considerado um elo que une os outros dois elos. Mateus citou o Velho Testamento mais do que qualquer outro autor do Novo Testamento. Os primeiros versículos de Mateus mostram o nascimento de Jesus como uma continuação da história do Velho Testamento. Em sua leitura, você descobrirá que Mateus está sempre salientando que Jesus cumpriu as promessas e profecias do Velho Testamento (...)
Além de mostrar como Jesus cumpriu as profecias do Velho Testamento a respeito do Messias, Mateus ensinou como Jesus Cristo deu uma lei maior que a de Moisés, que era praticada pelos judeus do Velho Testamento. (Ver Mateus 5–7; em particular tome nota de Mateus 5:21–22, 27–28, 31–32, 38–42.)
Mateus também apresentou mais relatos do que Marcos, Lucas ou João sobre como os líderes dos judeus rejeitaram Jesus, a despeito dos muitos testemunhos de que Ele era seu Messias. Esse empenho em salientar que Jesus era o cumprimento da lei e profecia do Velho Testamento parece indicar que Mateus tinha um público judeu em mente ao escrever e que desejava que eles soubessem que Jesus era seu Messias.” (Manual do Aluno do Seminário – Curso do Novo Testamento, pg. 9)
[4]      Uma das evidências mais significativas encontra-se nas palavras de Isaías, mencionadas no Livro de Mórmon. Isaías falando sobre os últimos dias, especificamente sobre o Grande Dia do Senhor disse: "Pois o Senhor dos exércitos tem um dia contra todo soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido; contra todos os cedros do Líbano, altos e sublimes; e contra todos os carvalhos de Basã;  contra todos os montes altos, e contra todos os outeiros elevados; contra toda torre alta, e contra todo muro fortificado; e contra todos os navios de Társis, e contra toda a nau vistosa" (Isaías 2:12-16). Nessa passagem Isaías esta indicando a destruição dos orgulhosos quando o Senhor retornar.
Néfi, Jacó e o Salvador repetiram grande partes das palavras de Isaías no Livro de Mórmon. Néfi considerava as palavras de Isaías claras e valiosas para serem aplicadas a vida, ele sabia que elas conduziam ao Salvador (1 Néfi 19:18, 23-24, 2 Néfi 25:1-4). Como ele só escreveu nas placas o que considerava sagrado (1 Néfi 6:4-6, 9; 19:6), citou o profeta Isaías e comentou as passagens para que seu povo e nós entendêssemos. Algo, porém, aconteceu indiretamente. O livro de Isaías que Néfi possuía era muito mais impoluto que o nosso, porque não havia passado por várias traduções, por centenas de anos, durante uma Grande Apostasia. Portanto, embora o livro de Isaías da Bíblia seja semelhante as palavras registradas no Livro de Mórmon, há diferenças. E uma dessas diferenças se torna uma poderosa evidencia para a autenticidade do Livro de Mórmon e da Tradução do Livro de Mórmon. Sidney B. Sperry, estudioso do evangelho, disse:
"Em 2 Néfi 12:16 (Isaías 2:16), o Livro de Mórmon apresenta uma redação muito interessante. Começa com uma frase de [sete] palavras não existentes na versão hebraica. Como a Antiga Versão Septuaginta (Grega) concorda com a frase a mais do Livro de Mórmon, comparemos as redações - Livro de mórmon (LM) e Versão Septuaginta (VS) - como se segue:

LM. E todos os navios do mar,
VS. E todo navio do mar
LM. E todos os navios de Társis
VS. E contra todos os navios de Társis
LM. todos os cenários agradáveis
VS. E todos os cenários agradáveis
VS. E todo espetáculo de belos navios
(...)
"O Livro de Mórmon sugere que o texto original deste versículo continha três frases, começando com as mesmas palavras  "E todos". Por um acidente bastante comum, o texto original em hebraico perdeu a primeira frase que, no entanto, foi preservada pela Septuaginta. Esta perdeu a segunda frase e aparentemente corrompeu a terceira. O Livro de Mórmon preservou a três frases. Os eruditos poderiam alegar que Joseph Smith tirou a primeira da Septuaginta. Mas o profeta não sabia grego, nem há evidência alguma de que tenha tido acesso a uma cópia dela, quando traduziu o Livro de Mórmon, em 1829" (The Voice of Israel´s Prophets, pp. 90-91).

[5] "In summary, both are correct: the wording in the Inspired Version is (in a sense) an explanation of the Hebrew idiom which clarifies the mean' for us. The wording in the Book of Mormon is the Hebrew idiom itself. We take comfort in the words: "I Nephi ... make a record in the language of my father, which consists of the learning of the Jews and the language Egyptians." (I Nephi 1:1)" Leia mais: http://www.restoredcovenant.org/Document.asp?CAT=Hebrew+Nature&DOC=Lead+Us+Not+Into+Temptation%3A+A+Hebrew+Idiom

22 de mar. de 2014

Negar o Espírito Santo

O Espírito Santo é o terceiro membro da Trindade. Ele é um Deus. Possui um papel vital: que é o de testificar sobre o Pai e o Filho (I Coríntios 12:3; 3 Néfi 28:11; Éter 12:41). Quando o Espírito Santo presta testemunho, o faz de maneira tão pungente e marcante que não pode ser posto em dúvida. O Presidente Joseph Fielding Smith ensinou:

“Falando ao espírito do homem, o Espírito de Deus tem o poder de comunicar-lhe a verdade com muito mais eficiência e de forma a ser muito mais bem compreendida do que se ela fosse comunicada por contato pessoal até mesmo com seres celestiais. Por meio do Espírito Santo, a verdade é incutida nas próprias fibras e nos nervos do corpo, de maneira a não ser esquecida.” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Fielding Smith, pg. 193)

Tal conhecimento – revelado por um Deus – se recusado poderá ter como consequência um pecado imperdoável.

O Senhor Jesus Cristo ensinou: “Portanto, eu vos digo: Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens[1]. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro.” (Mateus 12:31-32)

Aqueles que ouviram este ensinamento provavelmente não o entenderam completamente (assim como muitos hoje, que leem essas palavras, não o entendem). Os escribas e fariseus que acusavam Jesus de expulsar demônios pelo poder do Diabo atentavam, na ocasião da passagem acima, contra o Criador e Redentor do mundo – mas não contra o Espírito Santo. Portanto, poderiam ser perdoados. Não obstante, se blasfemassem contra o Espírito santo não seriam perdoados “nem neste século nem no futuro”.

Alma, ao explicar a seu filho rebelde sobre as terríveis consequências de se quebrar a lei da Castidade, fornicando com uma prostituta, disse: “Não sabes, meu filho, que essas coisas são uma abominação à vista do Senhor? Sim, mais abomináveis que todos os pecados, salvo derramar sangue inocente ou negar o Espírito Santo? Pois eis que, se negares o Espírito Santo, uma vez que tenha estado em ti, e tiveres consciência de que o negas, eis que isto é um pecado imperdoável; sim, e todo aquele que assassinar contra a luz e o conhecimento de Deus não obterá facilmente o perdão; sim, meu filho, afirmo-te que não lhe será fácil obter perdão.” (Alma 39:5-6)

Pedro também falou sobre aqueles que cometem o pecado imperdoável: “Estes são fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas eternamente se reserva. Porque, falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne, e com dissoluções, aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro, prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo. Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.” (2 Pedro 2:17-22)

Em Doutrina e Convênios o Senhor deu um entendimento ampliado sobre o que significa negar o Espírito Santo: “A blasfêmia contra o Espírito Santo, que não será perdoada no mundo nem fora do mundo, é cometer assassinato derramando sangue inocente e consentir em minha morte[2] depois de terdes recebido meu novo e eterno convênio, diz o Senhor Deus; e aquele que não guarda esta lei, de modo algum poderá entrar para a minha glória, mas será condenado, diz o Senhor.” (D&C 132:27)

Tendo essas escrituras em mente aprendemos o seguinte:

- Uma pessoa só é capaz de negar o Espírito Santo, se, como Alma ensinou, (1) ter recebido anteriormente o Espírito Santo e, depois, (2) conscientemente o negar. Alma usou propositalmente a palavra “consciência” – frisando que uma pessoa precisa ter um grau  elevado de conhecimento e discernimento espiritual.

- (1) Receber o Espírito Santo significa, como Pedro ensinou, escapar das corrupções do mundo, pelo poder da Expiação. Em outras palavras significa vencer o mundo por meio do “novo e terno convênio” do evangelho. Assim, nas passagens que tratam do pecado imperdoável, o sentido de “receber o Espírito Santo” extrapola o significado de participar da ordenança de confirmação, após o batismo com água. Também é muito mais do que sentir ou desfrutar dos dons do Espírito, ou receber um testemunho do evangelho. Receber o Espírito Santo é receber a plenitude do testemunho do Espírito por ter sido fiel no cumprimento dos mandamentos – é conhecer os mistérios de Deus, inclusive o “mistério da divindade” (D&C 93:27, Alma 12:10, D&C 19:10. D&C 76:94). Significa vencer pela fé e ser selados pelo Santo Espírito da promessa que o Pai derrama sobre todos os que são justos e fiéis. É adentrar na Igreja do Primogênito (D&C 76:53-54). Essa pessoa, que recebe a palavra mais segura e profecia (D&C 131:5) – ou recebe o “chamado e eleição” – é santificada. Entretanto, como o Livro de Mandamentos adverte, “existe também a possibilidade de que um homem caia da graça e aparte-se do Deus vivo” (D&C 20:32).

- (2) Negar o Espírito sem dúvida engloba o pecado (em sentido estrito) de blasfemar. Todavia, a mera maledicência – ainda que extremamente ofensiva – não constitui o pecado imperdoável. Pedro ensinou que aqueles que negam o Espírito são servos da corrupção, servos do diabo. Eles deliberadamente se desviaram do santo mandamento de Deus. Entre seus atos iníquos encontram-se a linguagem mentirosa, vaidosa e enganadora – que, com sutileza e cuidado, leva muitos inocentes a cair. Assim verificamos que as pessoas que cometem este pecado. O Salvador, em revelação moderna, ampliou o entendimento do que significa negar o Espírito, pois disse que significa “cometer assassinato derramando sangue inocente e consentir em minha morte depois de terdes recebido meu novo e eterno convênio[3].”. Em outra revelação é dito que “todos os que conhecem o meu poder e dele foram feitos participantes; e que se deixaram vencer pelo poder do diabo e negaram a verdade e desafiaram o meu poder—Estes são os filhos de perdição, de quem eu digo que melhor lhes fora nunca terem nascido; Pois são vasos de ira, condenados a sofrer a ira de Deus com o diabo e seus anjos na eternidade; Sobre os quais eu disse que não há perdão neste mundo nem no mundo vindouro—Tendo negado o Santo Espírito, depois de havê-lo recebido, e tendo negado o Filho Unigênito do Pai; tendo-o crucificado dentro de si e tendo-o envergonhado abertamente.” (D&C 76:31-35). Como consequência de tal pecado eles “irão para o lago de fogo e enxofre com o diabo e seus anjos—[e serão] os únicos sobre quem a segunda morte terá qualquer poder; Sim, em verdade, os únicos que não serão redimidos no devido tempo do Senhor depois de terem sofrido a sua ira.” (D&C 76:36-38).

A seguinte citação do Élder Bruce R. McConkie resume bem o que foi explicado acima:

"O cometimento do pecado imperdoável consiste em crucificar em si mesmo o Filho de Deus e envergonhá-lo abertamente. (Hebreus 6:4-8; D&C 76:34-35) Para cometer um crime imperdoável, o homem precisa receber o evangelho, adquirir, por revelação do Espírito Santo, o conhecimento absoluto da divindade de Cristo, e então negar 'o novo e eterno convênio mediante o qual foi santificado, chamando-o (o convênio) de coisa ímpia e ofendendo o Espírito da graça'. Portanto, comete assassínio, consentindo na morte do Senhor, isto é, tendo conhecimento perfeito da verdade, rebela-se abertamente e coloca-se em posição na qual crucificaria Cristo, sabendo perfeitamente que era Filho de Deus. Cristo é, assim, crucificado e envergonhado abertamente. (D&C 132:27.) (Mormon Doctrine, pg. 816-817.)


Negar o Espírito Santo

Requisitos
1º Receber o Espírito Santo
Significa receber um testemunho pungente do Terceiro membro da Trindade e tornar-se um eleito de Deus. Quer dizer ser santificado ou receber a palavra mais segura de profecia, após ter guardado os mandamentos.

2º Negar o Espírito Santo conscientemente
Significa crucificar o Salvador em seu coração e recusar sua Palavra após recebê-la em sua plenitude (derramando sangue inocente) e envergonhar Cristo abertamente, induzindo (inclusive por meio de palavras falsas) a si mesmo e outros a pecar e afastar-se de Deus.
Consequências
- Raiva, tristeza, maldade e infelicidade – são os sentimentos que sobejam no coração dos filhos da perdição.
- Morte Espiritual (que significa ser afastado de Deus e da salvação para toda eternidade). Trata-se de um estado de infelicidade e terror perpétuo.
Quem cometeu este pecado?
Lúcifer e um terço das hostes dos céus; Caim, e outros que negaram conscientemente o Filho, após terem-no recebido pelo poder e dom do Espírito Santo.
Teria Judas Iscariotes negado o Espírito Santo?
Judas, Serém, Corior, Davi – são personagens que pecaram gravemente – mas que não há uma declaração explicita do Senhor sobre sua condição espiritual. Profetas dos últimos dias afirmaram que Judas, por exemplo, não teria cometido o pecado imperdoável, pois não havia recebido a plenitude do Espírito Santo na ocasião (“Doutrina do Evangelho” – Joseph F. Smith). Davi, caiu de sua exaltação, mas herdará sua porção – em um reino de glória (D&C 132:39). Deve-se ter cuidado de julgar esses personagens porque não se conhece todas as circunstancias que os envolviam – e o julgamento final pertence somente a Deus
Blasfemar contra o Espírito Santo é negá-lo?
Embora várias passagens das escrituras usem a palavra “blasfêmia” ao referirem-se ao pecado imperdoável, “negar o Espírito Santo” exige mais do que desrespeitar verbalmente Deus e sua obra. As palavras são sementes para atos perversos – e as molas da iniquidade, todavia, blasfemar contra o Espírito Santo é uma expressão genérica que indica agir em desacordo com os ensinamentos do Espírito – depois de tê-los recebido da maneira mais clara e sagrada possível.





[1] Deve-se esclarecer que o Senhor é plenamente capaz, devido a seu sacrífico eterno – chamado Expiação – de perdoar todos os homens – e liberta-los de todo tipo de pecado. Todavia, os que “negam o Espírito Santo” usam seu livre-arbítrio de modo a recusar a graça do Messias. Eles colocam-se propositalmente em um lugar em que a misericórdia não pode alcança-los. Assim como Lúcifer e um terço das hostes do céu, eles se tornam opositores de tudo que é bom, justo e verdadeiro. Tornam-se filhos da perdição. E não lhes resta mais sacrífico pelos pecados (Hebreus 10:26). Assim, o pecado imperdoável só é imperdoável porque o pecador escolhe conscientemente que não irá se arrepender, e não porque a Expiação seja ineficaz. Os que pecam para morte tornam-se “vasos de ira” – e tão profundo é seu ódio para com a retidão, que lhes é impossível voltar atrás, confessar-se a Deus e mudar. Eles podem até sentir pesar, ranger os dentes e sofrer pelos seus erros – como certamente acontecerá com todos os filhos da Perdição, mais cedo ou mais tarde – mas tal angustia profunda passa longe de ser a “tristeza segundo Deus que opera o arrependimento”.
[2] As escrituras às vezes usam a frase "derramar sangue inocente" com referência à atitude daqueles que se encontram nesta condição. O Presidente Joseph Fielding Smith explicou que o ato de derramar sangue inocente não se restringe a tirar a vida de pessoas inocentes, mas também inclui tentar destruir a palavra de Deus e envergonhar a Cristo abertamente. Os que conhecem a verdade, depois combatem os servos autorizados de Jesus Cristo, estão lutando contra o Senhor, e assim são culpados do seu sangue. "Derramar sangue inocente, conforme ensinam as escrituras, significa consentir na morte de Jesus Cristo e envergonhá-lo abertamente." (Smith, Answers to Cospel Questions, voI. I, pg. 68.)
[3] O Élder Charles W. Penrose afirmou o seguinte, acerca do grau em que tal pessoa se toma cheia do espírito de Satanás: "Os que o seguiram (a Satanás) e assim se tomaram cheios de seu espírito, que é o espírito de destruição, em oposição ao espírito que produz vida, passam a pertencer ao diabo. O espírito do assassínio entra em seus corações, e eles estão dispostos a tirar a vida do próprio Filho de Deus, se por acaso ele surgisse vivo em seu caminho." (Conference Report, outubro de 1911, pg. 51)

19 de mar. de 2014

Filosofia e Evangelho

Eu adoro estudar filosofia. É algo libertador. Penso que se as pessoas refletissem mais nas pungentes questões propostas pela filosofia muito dos problemas da atualidade seriam solucionados.

Todavia, a vida e salvação, seja temporal ou espiritual, não esta na filosofia. É inútil buscar a felicidade por meio da filosofia. Por mais empolgante e grandiosa que pareça a filosofia humana, ela é limitada.

É limitada por razões óbvias: o homem é um ser frágil, débil e finito - "pois embora um homem tenha muitas revelações e tenha poder para realizar muitas obras grandiosas (...) se ele se vangloriar da própria força e ignorar os conselhos de Deus e SEGUIR OS DITAMES DA PRÓPRIA VONTADE e de seus desejos carnais, cairá e trará sobre si a vingança de um Deus justo." (D&C D&C 3:4).

A filosofia aliada ao evangelho é perfeita (pelo menos eu vejo assim!). Em seu papel indagador, o filosofo achará respostas por meio da luz de Cristo que é concedida "a todos os homens, para que eles possam distinguir o bem do mal" (Morôni 7:16) e "pelo poder do Espírito Santo, que é o dom concedido por Deus a todos os que o procuram diligentemente, tanto em tempos passados como no tempo em que se manifestará aos filhos dos homens" (1 Néfi 10:17).

Se a filosofia fugir dos parâmetros da verdade do evangelho - é uma falsa filosofia. Pode ser atraente, bela e envolvente - pode até parecer logica, genial e útil - não obstante, se contrariar, ainda que em parte a verdade revelada por Deus, deve ser refutada, porque não trará felicidade. Simples assim.

Portanto, a maior preocupação de todo ser humano é saber como reconhecer a verdade divina, ou, em outras palavras, aprender a ser guiado pela Luz de Cristo e manter-se apto para receber instruções do Espírito Santo - que ensina a "verdade de todas as coisas" (Morôni 10:5).

O Presidente Brigham Young ensinou claramente o que quis dizer:
"Nossa religião nos ensina a verdade, a virtude, a santidade e a fé em Deus e em Seu Filho Jesus Cristo. Revela os mistérios e coloca em nossa mente coisas relativas ao passado e ao presente—revelando com clareza as coisas que ainda acontecerão. É o fundamento da mecânica do mundo; é o espírito que dá entendimento a todo ser que habita na face da Terra. TODA FILOSOFIA VERDADEIRA tem sua origem nessa fonte, da qual extraímos sabedoria, conhecimento, verdade e poder." (Ensinamentos dos presidentes da Igreja: Brigham Young, pg. 355).

16 de mar. de 2014

Minhas Recordações do FSY, Sessão São Paulo 6


Participei do FSY (http://lds.org.br/fsy)  de 2013 e estava ansioso para servir novamente, e ter incríveis experiências com a juventude da Igreja. Dessa vez, porém, fui chamado como consultor motivacional – uma responsabilidade que me permitiria conhecer melhor um grupo de consultores e desfrutar da companhia de uma ótima companheira, Danyelle Alves.

Como consultores motivacionais éramos responsáveis pelo bem-estar e pelo treinamento dos seguintes consultores: Morôni Alves, David Loureiro, Fernanda Hass, Esdras Kutomi, Adriana Silva, Bruno Spera, Ariane Fernandes, Grace Bueno, Mauro Correa,  Bruna Vernice, Junior Perovano, Ariele Rabelo, Larissa Silberman e Fátima Lima. Foi uma grande honrar aprender com cada um deles. Que espíritos nobres! Senti-me muito pequeno perto deles.

Danyelle, ou Dany, como chamávamos carinhosamente, era uma companheira “adjunta”  ímpar. Desenvolvemos uma sintonia perfeita como companheiros. Orávamos juntos e fazíamos várias reuniões para ajudar nossos consultores em seus planejamentos. Dany com muito amor comprava chocolates, entregava bilhetinhos e acompanhava por telefone e e-mail nossos consultores. Ela os visitava frequentemente, marcava atividades e estava sempre perto. Nunca conheci pessoa mais dedicada a seu chamado do que ela. É um grande exemplo e nunca poderei agradecer plenamente o que ela fez por mim, pelos consultores, pelos jovens e pela sessão.

Houve uma ocasião em que marcamos um treinamento extra, e fui autorizado a ensinar uma lição muito sagrada sobre a expiação e santificação. Foi uma ocasião muito solene.
Acho que não se passou um dia sem que não conversássemos pelas redes sociais. Dany sempre tinha a preocupação de manter o grupo unido.

Quando o maravilhoso dia de ir ao FSY chegou acordei bem cedo. Antes das 5h da manhã. O irmão Miranda levou seu filho e me deu uma carona. O ônibus saiu do Templo. Atrasou um pouco. Mas antes do almoço estávamos todos na chácara Nosso Recanto 1 – ou NR1, como chamávamos. A equipe do lugar nos tratou extremamente bem, e desenvolvemos amizade com os monitores do NR.

Naquele dia pré-sessão montamos linhas de orientação para foto do “FSY-humano” em um dos campos de futebol externos, trabalhamos na decoração do baile, colamos cartazes e fizemos outros serviços para preparar tudo para os jovens.

Finalmente, o grande dia da chegada dos jovens, chegou. O FSY estava começando. Oito meses de preparação. Agora era hora de colocar todo treinamento a prova. Fizemos uma reunião. Os ônibus começaram a chegar antes do previsto. O esquema de check-in foi muito bem elaborado – enquanto alguns consultores entravam nos ônibus para animar os jovens, entregar materiais e confirmar dados – outros faziam uma apresentação de dança – trazendo a alegria do programa aos que chegavam.

Depois do almoço, o programa começou com o “Conheça seu consultor”. Nessa importante atividade, nós, consultores motivacionais e coordenadores – o “staff” mantemo-nos distantes, para não tirar o foco dos jovens de seus consultores e grupo. Continuamos a trabalhar preparando grandes atividades.
A reunião de orientação foi um sucesso. Todos fomos apresentados aos jovens e eles sentiram o quão especial seriam aqueles dias.

Na noite familiar a mensagem e as brincadeiras foram inspiradoras.

O segundo dia foi o domingo. Fiquei responsável pelo sacramento. Solicitei a alguns jovens que me ajudassem na preparação, bênção e distribuição do sacramento. Tudo transcorreu bem, entretanto, devido ao limitado número de bandejas – a distribuição demorou mais do que pensei.

Os discursos na sacramental foram muito bons. De tarde tivemos ótimas atividades. Os jovens aprenderam princípios e doutrinas por meio da música e das atividades.

Eu e os outros consultores motivacionais e os coordenadores quase não dormimos.  Fazendo preparativos, ronda e planejamentos. Tínhamos um radio e raramente se passava um minuto durante o dia sem que trocássemos informações.

Acompanhamos as atividades em companhia (grupo de rapazes e moças liderado pro dois consultores) para ver como estavam. Fiquei tão feliz e tocado ao ver a qualidade dos jovens de Israel. Eles participavam e conheciam bem o evangelho. E como os consultores se saíam bem ao ensiná-los!
Ocasionalmente precisávamos lembrar os jovens que dormir era necessário e que para desfrutar do programa era necessário cumprir as regras. Mas foram poucos os jovens que tivemos que conversar em um tom mais duro.

Vimos muitos jovens mudarem, ao sentirem o poder da Expiação.

Na segunda-feira houve à tarde de jogos e o concurso de gritos de guerra. Como motivacionais, Dany e eu ficamos responsáveis por esta atividade. Houve alguns problemas logísticos e adversidades, que felizmente foram rapidamente resolvidos e nem foram notados pelos jovens. Eles se divertirão muito, correndo, sorrindo, cantando e pintando seus estandartes.

Na segunda também aconteceu o baile. Cada consultor tinha uma responsabilidade. E cada um a desempenhou muito bem. Os jovens se divertiram muito. E naquela noite dormiram muito bem.

A terça foi um dia muito especial. O mais bem elaborado e incrível show de variedades que já vi na vida foi apresentado. Como os jovens são talentosos. Fiquei boquiaberto e não consegui deixar de bater palmas.

Neste mesmo dia, no Programa Musical, senti o poder do Senhor através da boa musica.
E então, veio a grande ocasião – a reunião de testemunhos. Separamo-nos em grupos. Em meu grupo duas companhias se reuniram para prestar testemunhos. Designei a Fátima para dirigir a reunião. A cada testemunhos senti as ternas misericórdias do Senhor. Porém, durante a reunião um dos jovens saiu do salão chorando desesperadamente.




Pensei que ele foi ao banheiro, e não avisei seu consultor, supondo que o mesmo voltaria logo. Mas ao verificar que o jovem demorava fui atrás dele. Encontrei-o numa escada chorando. Perguntei o que aconteceu. Ele não conseguia me responder. Orei por ele. Lembrei-me que no almoço, naquele mesmo dia, um pouco antes – eu o havia encontrado e conversado rapidamente sobre a reunião de testemunhos. Na ocasião eu lhe ensinará o que era um testemunho, mas ele relutará em prestar seu testemunho. Lembrei-me disso quando estava ao lado daquele jovem em prantos.

Incentivei-o a orar, mas ele não queria. Em meio à lagrimas e soluços ele me disse que magoara muito os pais. Eu estava muito cauteloso ao perguntar-lhe sobre mais detalhes de sua dor, porque sabia que dependendo do que ocorrerá a confissão deveria ser direcionada a seu líder eclesiástico. Mas ele contou-me parte do que ocorrera. Um amigo influente da escola lhe oferecera substancias que iam contra a palavra de sabedoria. Entendi então, que o forte Espírito da reunião de Testemunhos o estava convidando ao arrependimento – e a dor e tristeza eram segundo Deus. Levei ele a um quarto e tentamos orar. Mas ele se sentia muito culpado. Li a história de Alma – mas não funcionou. Ele não orou! Então tive uma inspiração: chame o consultor dele. Obedeci. Antes, porém, pedi autorização do jovem para chamar o consultor e contar-lhe o que acontecera. Ele autorizou-me. O consultor veio e agiu prontamente. Levou o jovem a um lugar reservado. Voltei à reunião de testemunhos.

Cinco minutos ou menos depois o consultor e o jovem voltaram. O consultor me disse que o jovem tinha orado. Senti gratidão pelo poder e influencia de um consultor amoroso e fiel, a quem o jovem podia confiar e achar forças. Na manha seguinte o jovem estava com um semblante alegre e esperançoso, e disposto a conversar com seu bispo quando voltasse para prosseguir pela estrada do arrependimento.

Naquela noite maravilhosa, porém, a serpente surgiu no jardim do Éden! Uma pequena cobra estava no banheiro feminino e uma jovem entrou em pânico. Em sua crise fui chamado para ministrá-la. Ela estava tão assombrada que não olhava para baixo sem tomar um susto. Ela estava em choque – não falava e tremia muito. Dei-lhe uma bênção. Depois do que lhe disse para olhar para mim: “Você lembra que o Salvador curou um homem paralitico – e lhe disse – levanta-te e anda? E ele levanto eu andou? Você acredita nisto?” Ela respondeu com a cabeça que acreditava. Então eu disse: “Levanta-te e anda”. E ela levantou de imediato e voltou para o quarto, dormindo bem aquela noite. O conforto e certeza que vieram aquela jovem instantaneamente foram mais um testemunho para mim que o Senhor honra as palavras de seus servos e realiza milagres de acordo com a fé do verdadeiro penitente.

Na manhã de quarta uma nova oportunidade de utilizar o sacerdócio surgiu quando uma moça caiu da cama superior do beliche, quando foi assistir a serenata dos rapazes para as moças. A médica, Dra. Sato, estava lá. Eduardo Ramos e eu ministramos a bênção curando-a. No almoço ela estava muito bem e contente.

Meu corpo estava muito abatido no último dia de Conferência. Estava dolorido – e ainda não me recuperei plenamente. Dor nas costas, joelhos e pés. Alguns de nós até precisaram ir ao hospital depois do FSY! Mas embora o corpo estivesse fraco o espírito estava forte e muito feliz.

Na manhã de quarta, sentindo-me extremamente cansado, passei por uma grupo de jovens e parte da oração que faziam chegou a meus ouvidos: “Pai Celestial” começou o jovem, “hoje é nosso último dia no FSY, permita que seja o melhor dia!” Quando ouvi isso reconheci a fé e esperança daqueles maravilhosos adolescentes. Se eles estavam dispostos a ter fé e esperavam o melhor dia, então eu devia estar disposto a ser diligente e a criar um ambiente para que Deus respondesse aquela oração. Esforcei-me para afastar os pensamentos de cansaço e coloquei-me a trabalhar com mais empenho. O Senhor sustentou-me e tivemos uma dia muito especial.
As fotografas fizeram um trabalho excepcional. Todo registro fotográfico transmite inspiração daquele lugar santo. Agradeço muito a elas.

Amei estar com os jovens e ver o quanto cresceram. E agora ouvir seus testemunhos e sentir o seu amor é algo muito precioso pra mim.

Em uma ocasião no FSY disse a um rapaz: “O FSY é maravilhoso, não é mesmo?” Ele não demorou para responder com uma sabedoria do alto: “O FSY não é maravilhoso – o Evangelho de Jesus Cristo é que é maravilhoso”. Fiquei pasmo e em seguida feliz: aquele jovem declarara uma verdade eterna. Não foi apenas pelas lagrimas de certeza que vi em seus olhos que soube disso. O Espírito Santo contou-me que aquele rapaz sabia que as sagras experiências da Conferência não eram algo restrito e incomum – mas que se ele continuasse a viver o evangelho, poderia desfrutar constantemente de suas bênçãos.
Que grande oportunidade participar desta conferência. Tudo foi sensacional. Tudo foi divino.